domingo, 22 de julho de 2007

Sexualidade na adolescência: o rapaz também fica "grávido".

Transcrevo alguns excertos da entrevista realizada pela "Medicina & Saúde" à Dr.ª Maria de Jesus Correia, psicóloga clínica com experiência na área da gravidez na adolescência e docente no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), em Lisboa.
Consultem o site do Sapo Saúde, clicando aqui, e saibam mais sobre este assunto.

"A adolescência é uma fase conturbada do crescimento, em que se operam mudanças significativas a todos os níveis.

O adolescente vive no cruzamento de dois mundos, o da criança que há pouco tempo foi e o do adulto que dentro em breve será.

É um período de oscilação entre a dependência e a autonomia, repleto de emoções ambivalentes, conflitos interiores e exteriores a partir dos quais constrói a sua identidade individual.

Paralelamente ao processo de descoberta de si mesmo, a adolescência é também marcada pela descoberta do outro, da sexualidade. Os emergentes desejos sexuais e afectivos são, muitas vezes, confundidos, vividos de modo difuso, o que torna ainda mais sinuoso o caminho para a maturidade.

Até aqui, no essencial, o caminho da rapariga e do rapaz é bastante semelhante, mas a atribuição de diferentes papéis sociais estabelece algumas distinções entre ambos.

«O actual enquadramento social e cultural vem permitindo uma experimentação sexual mais frequente, mais liberalizada e mais precoce, o que torna cada vez mais provável o risco de uma gravidez adolescente», diz a Dr.ª Maria de Jesus Correia, psicóloga clínica.

As palavras «gravidez adolescente» convidam a desenhar a imagem de uma rapariga, provavelmente no seu quarto, ainda mergulhada em incertezas, medos e com um segredo por contar.

Mas, noutro quarto, haverá certamente um rapaz que carrega dentro de si o mesmo peso, porque, psicologicamente, a gravidez é vivida pelos dois. Só por ser menos visível, o pai adolescente não deve ficar fora do quadro, porque também ele precisa de apoio."

A entrevista propõe-nos uma outra perspectiva da gravidez – prematura, psicológica e masculina.
A pergunta que resta é:
Quem são e o que sentem estes adolescentes «grávidos»?

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