sábado, 21 de novembro de 2009

Música da Semana: Massive Attack (discografia)

Tantas vezes aqui mencionados no blogue que é inadmissível ainda não ter dedicado um artigo ao projecto Massive Attack.

Os Massive Attack lançaram recentemente um EP, o "Splitting The Atom" (2009), com 4 faixas, onde se pode já ter um leve perfume do próximo novo álbum que está para chegar, esperemos que finalmente o seja em 2010 pois já esteve prometido para 2008, depois para 2009... e nada chegou ainda. A primeira faixa é bastante boa e tem também o habitual Horace Andy a emprestar a voz, juntamente com as duas vozes dos actuais dois (únicos) membros do projecto, The 3D e Daddy G. "Pray for Rain" também é jeitosa e tem a voz do convidado Tunde Adebimpe (dos TV On The Radio).

"Splitting The Atom" (2009)


Em 2006, lançaram a compilação "Collected" onde reuniram o seu melhor. Na altura chegou a sair em edição normal (1x CD) e em edição especial com dois discos (2x CD, sendo o segundo disco um DualDisc -CD+DVD- que virando ao contrário funciona como DVD com todos os videos da banda e do lado CD imensas raridades).

"Collected" (2006)
Contém todos os mais importantes e óbvios hits da "banda", excepto a magnifica "Special Cases" (que até nem se compreende bem a ausência) e uma nova canção, a "Live With Me" (muito boa). No segundo CD imensas raridades ao longo dos tempos e mais uma nova canção "False Flags" (que é impressionante).

Mas o mais importante são os discos lançados e representam mais que a compilação.
Para não tornar o artigo exaustivo, tentarei ser breve.


O principio de tudo deu-se com "Blue Lines" (1991). Mais ou menos com o este registo pois antes de ser editado já cá andavam em jeito de colectivo, juntamente com outros projectos da altura como os Soul II Soul e outros. Este álbum é um dos mais importantes da música da década de 90 e de toda a cena de dança. É aqui que nascem algumas tendências electrónicas que despontariam depois dele. Neste álbum desfilam imenso géneros musicais mas que fluem como uma nova sonoridade. Era tão incatalogável que se passou a chamar a isto de trip-hop... Nesta altura Tricky era considerado um membro do colectivo, que contratava as vozes que entendiam dar a vida que as faixas precisavam.

Unfinished Sympathy




Ao segundo álbum, refinaram ainda mais o seu som e definiram as directrizes do género trip-hop. "Protection" (1994) pode ser encarado como a evolução natural do primeiro álbum, sendo um álbum mais refindao sonoramente e mesmo assim esparso no cocktail musical que era o anterior. Foi nesta fase que começaram a surgir os desentendimentos internos, sendo o Tricky o primeiro a abandonar as hostes por divergência criativa (por não poder fazer como queria).

Karmakoma




Ao terceiro registo, com "Mezzanine" (1998) o som do projecto endureceu e abandonou o lado soft e soul demonstrado até aqui. Passaram a ouvir-se sons de guitarra eléctrica e imenso experimentalismo electrónico numa toada mais pesada e depressiva. Acabaria por mais tarde vermos mais um dos membros fundadores também abandonar o projecto por divergências criativas (devido a não se rever muito no sentido que a banda queria seguir). É dos melhores que assinaram.

Teardrop




Em 2003, lançaram aquele que ainda é o último álbum até á data, "100th Window" 2003. Apesar de nesta fase o projecto só conter dois membros, o álbum foi todo ele desenvolvido apenas pelo 3D. Não é totalmente bom como o anterior mais tem vários momentos de excelência.

Special Cases


Pelo meio fizeram participaram ainda em bandas sonoras, remisturas e lançaram uma caixa de singles.

Em 2010, lançaram o tão esperado novo álbum, o "Heligoland" (saber mais aqui).

6 comentários:

gonn1000 disse...

Por aqui o preferido é mesmo "Mezzanine", excelente quase do princípio ao fim. E algumas canções novas (não as do EP) parecem-se bastante com ele, o que não é nada mau.

ArmPauloFerreira disse...

Muito obrigado pelo comentário. O Mezzanine é o mais completo álbum deles, no sentido de ser escutado como um todo inteiro. Pode-se dizer que quase todas as faixas são incontornáveis. Um álbum de estilo conceptual, com noção de inicio e fim da viagem. Como dizia no artigo é realmente dos melhores deles.

Já o seguinte não é de todo tão interessante regressar principalmente depois de bem conhecidas as faixas. Acho a Future Proof imbatível e a "Butterfly Caught" muito boas (nesta versão diferente do "Collected" é bem melhor de escutar até). As faixas com a Sinead são boas mas achei a contribuição do Horace Andy pouco animadora desta vez.

O 1º e 2º acho que funcionam bem juntos como se fossem um só apenas. Até pela duração de ambos...

Nuno Pereira disse...

Teardrop

ArmPauloFerreira disse...

Tenho tantas de eleição... curiosamente a Teardrop é boa mas acusa o problema de ser excessivamente ouvida e em parte prejudica-a.
Talvez elege-se a "Protection", "Eurochild", "Angel", "(Exchange)", "Risingson", "Unfinished Sympathy", "Be Thankful for...", "Future Proof", "Special Cases" e a "Live With Me" das que gosto mais de ouvir e repetir.

Hilário Fonseca disse...

Amo esse disco “Mezzanine” do Massive Attack mas meu preferido é mesmo “Blue Lines”. Estou muito curioso com relação ao novo trabalho de que já estão falando. Eles sempre foram uma das bandas do top 5 mesmo com um ou outro disco menos conseguido. Compreendo perfeitamente os críticos que acusam a banda de se ter tornado um cover de si próprio, mas é inegável a incrível influência que o Massive exerceu sobre a música de dança, o florescimento do trip-hop enquanto subgênero autônomo e enfim sobre as bandas que lhes seguiram as pisadas. No outro dia, fiquei navegando na Internet e acabei achando esse http://cotonete.clix.pt/ que tem centenas de rádios de música repartida por gêneros. Os caras têm, além do mais, uma boa seleção de músicas da formação de Bristol. Vale a pena dar uma saltada lá!

ArmPauloFerreira disse...

Já "arranjei" o Heligoland... e sinceramente não o acho grande coisa. Pode ser ainda cedo dizer isto mas apesar de ser interessante de escutar não fica na memória nada de especial... e falta-lhe um grande hit também para maior identificação.