terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Falta musica ao vivo na TV...

Sinceramente, apreciando a realidade dos canais nacionais... uma situação que noto é a ausência de programas de música e principalmente ao vivo.

Há uma década atrás, tivemos na TV, nas noites das quintas-feiras, um programa onde se dava espaço às bandas em tournée de se mostrarem, actuando com 2 ou 3 canções. Era um programa tipo o "Later with Jools Holland" (da Inglaterra).

Aqui um exemplo do programa de Miguel Ângelo com uma actuação dos Diva...
(Fonte: blog "Uma Hoje")


Foi cancelado passado uns poucos meses mas é desses programas que a nossa televisão actual precisa realmente. Não é bem de concursos/reality shows à laia dos Ídolos (que tem o seu valor também) que Portugal precisa mais. E é preciso ver que o programa Top+ ajuda muito pouco pois só passa o que está no top... e todos nós sabemos como funcionam os tops (não é as pessoas comprarem muitos disco

Precisamos é de ver concertos musicais regularmente das nossas bandas e melhor ainda de ver actuar alguns dos artistas estrangeiros quando passam por cá.
No fundo, ajudaria muito mais na promoção dos artistas nacionais, ajudaria a vender mais música ou pelo menos a existir mais interesse por ela.

Também já me questionei porque razão as operadoras, a ZON e outras, ainda não inventaram um canal nacional de música dedicado a actuações ao vivo.
Material não falta e com tanto DVD no mercado dos mais variados artistas e de vários anos, mais a possibilidade de os repetir de tempos em tempos, haveria sempre imensa escolha e conteúdos diversos...

Então, e que tal um canal "ZON Live Music" hã?

3 comentários:

João Sousa disse...

Pronto, já fiquei mal disposto para o resto do dia: vi o Miguel Ângelo.

Há muitos, muitos anos, ainda estávamos na década de 80, houve um reveillon na RTP1 apresentado pelo João Maria Tudela. Um programinha muito inócuo e simpático, como seria de esperar dado o apresentador. Vários segmentos musicais foram protagonizados por um grupo de que eu e certamente a maior parte dos telespectadores nunca tinha ainda ouvido falar: uns tais de Madredeus, liderados pela voz da Teresa Salgueiro ainda adolescente.

Momentos destes, em que se dá uma quase epifania, não são muito frequentes. Para sermos justos, nem podem ser, caso contrário significaria que a genialidade é uma coisa banal - e então deixaria de ser genialidade. Contudo, hoje em dia, tornam-se cada vez mais difíceis de encontrar nas nossas televisões generalistas porque estas estão niveladas por baixo. Quem vai convidar uns ilustres desconhecidos chamados Madredeus quando há ali, à mão de semear, nomes muito mais seguros para gerar audiências como Dzert, Ana Malhoa e Just Girls?

ArmPauloFerreira disse...

Não tenho nada contra o Miguel Ângelo, dos agora extintos Delfins.

A realidade é mesmo essa e basta olhar um pouco para o efeito do Top+, pois se apenas se celebra os que mais "vendem" é porque os que menos vendem não prestam. Um conceito errado totalmente o que se passa nas TVs generalistas.

Mas faz imensa falta programas que promovam os artistas e bandas em digressão. Se um programa desses existisse e se tivesse até de ceder metade do programa para os mais "fácies" ninguém se chatearia. Melhor do que isso seria ter um canal dedicado a passar concertos. Isso é que era!

João Sousa disse...

Entre finais da década de 80 e princípios da de 90, houve um programa nas madrugadas da RTP2 chamado Pop-Off. Com (agora) muita pena minha, nunca fui assíduo senão já na fase final.

Uma das ideias que o regia era excelente: com meia dúzia de tostões e imensa imaginação, fabricavam videoclips em série para tudo o que era banda mais ou menos obscura: Capitão Fantasma, Pop Del'Arte, Major Alvega, Mão Morta, Três Tristes Tigres, etc, etc. Hoje parece difícil de acreditar, mas apesar (ou talvez por causa) da falta de concorrência, naquela altura a televisão pública prestava realmente serviço público.

Talvez faça falta, hoje em dia, algo assim. Por outro lado, talvez actualmente a Internet e a tecnologia relativamente económica forneçam mais meios de auto-promoção do que um programa daqueles moldes. Além disso, questiono-me se o público-alvo de concertos e/ou programas musicais menos pop/popularuchos passa uma fatia assinalável do seu tempo à frente da televisão.

Mas eu já por diversas vezes opinei que a RTP devia editar uma série de DVDs com parte daquele vasto espólio musical. Mesmo que musicalmente algumas daquelas bandas fossem de qualidade duvidosa, há o interesse histórico e sociológico.