quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Apple e Adobe fazem birra... por culpa do Flash

As diferenças de relacionamento entre a Apple e a Adobe, motivadas por a Apple ainda não ter adoptado o Flash para os seus dispositivos baseados em iPhone OS, têm gradualmente azedado. Recentemente, com o surgimento do iPad, a birra ganhou um novo capitulo.


Algumas trocas de mensagens e observações:
(faço-as mesmo não sendo um expert no assunto... mas um blog é isto mesmo).

A ofensiva da Apple, pela voz de Steve Jobs (in Blog do iPhone):
"Eles são preguiçosos. Eles têm todo um potencial para fazer coisas, mas simplesmente se recusam a melhorar. Nós não adotamos o Flash porque ele é cheio de bugs*, a maioria das vezes que o Mac trava é por culpa dele. E o mundo todo está indo em direção de tecnologias mais modernas e leves, como o HTML5; não seremos nós que iremos contra esta corrente."

*Os bugs do Flash, e o chamar de preguiçosos á Adobe, têm o seu fundamento pois as versões Flash para Mac OS X ainda são programação baseada em tecnologia Carbon, portanto código anterior até ao Mac OS X que já cá anda há quase uma década. A Adobe o que fez de novidade foi adicionar a compatibilidade para x86 (para a era de Macs com Intel).
Assim se a Apple permitisse o Flash no iPhone OS seria mesmo um desastre para o sistema, uma vez que o iPhone OS já não tem sequer desde raiz a compatibilidade com esse tipo de programação do passado.


Mas depois de ouvidas as palavras de Steve Jobs, a Adobe ripostou e mandou uma belas bocas à Apple também.

Os argumentos da Adobe (in Revolução Digital):
"Parece que a Apple continua a impor restrições nos seus periféricos, que limitam ao mesmo tempo editores de conteúdos e utilizadores. Ao contrário de outros leitores de ebooks, os consumidores não poderão aceder ao conteúdo de livros ePub doutros e-readers devido aos DRM da Apple. E sem o suporte para Flash, os utilizadores do iPad não poderão usufruir da integralidade dos conteúdos web, como por exemplo cerca de 70% dos jogos e 75% dos vídeos disponíveis."


A realidade parece-me esta: o Flash é propriedade da Adobe (que o sacou á fabulosa Macromedia, que sabia bem mais destas coisas do que a Adobe mostra actualmente, que parece ter aplicações que não dão um salto grande a cada versão nova).

Não me parece certo, para se usar toda a internet, ser-se obrigado a ter de usar plug-ins e código que pertence exclusivamente a uma empresa, á qual se nos recusarmos de aceitar nada se vê também.

Esta tecnologia Flash, que nem sequer é standard, deveria é (de acabar de uma vez por todas) ser reduzida ao minimo de utilização nas páginas de internet. Tem sido a própria Apple quem tem feito abrir os olhos e a Google parece estar a alinhar pelo mesmo principio.

Se há CSS3, HTML5… que gastam bem menos recursos (logo menos energia), para quê insistir no Flash? Ou será que a Adobe não consegue, ela sim, desenvolver bem melhor o Flash?
Uso o iPhone e sinceramente, nem dou pela falta disso... até esbarrar em algo a usar muito flash.

Reparemos que à longo do tempo que a Adobe já tem a tecnologia Flash, que não a tornou aberta ou a juntou aos standards. A realidade é que quando me deparo com sites totalmente feitos em Flash fico fød≠do. Chego mesmo a achar que o web-designer não sabe mais nada do que programar em flash, condicionando a consulta do mesmo. E no final o que deixa é mais um site á mercê da Adobe, que se não actualizar o plug-in pode até nem dar para ver nada. E o ponto acaba mesmo por ser este: Para se o poder consultar, necessitamos de uma espécie de "autorização" da Adobe pela via de se usar o seu plug-in.

Agora vamos modificar o pensamento e pensar assim:
E se a Adobe terminasse de disponibilizar gratuitamente o Flash Player?
Será que este apoio geral que recebe seria o mesmo como se percebe até aqui?
Será que os web-designers iraim continuar a ter clientes e empresas para construírem sites que só se poderiam ver se se pagasse o plug-in á Adobe?
Não.
E também isto: E se depois a Microsoft decidir fazer o mesmo com o Silverlight?
Cenário idêntico...

Quase automaticamente iriam adoptar os standards e os de acesso aberto e o mais provável seriam até já adoptarem os mais recentes, como o CSS3 ou HTML5...

Isto não é apenas defender a posição da Apple mas sim fazer perceber que se enveredou demasiado por um caminho em que se passou a ser refém do Flash.

Reparem como será se os tablets e os smart-phones, os gadgets móveis se decidirem a usar tecnologias que não abusam da energia dos dispositivos...

...e depois mais web-designers virem potencial em desenvolverem sites para esses mesmos dispositivos. parece-me um caminho mais virado para standards e o da libertação.
(Vimeo e o YouTube já se podem usar em HTML5 e "rodam" mesmo bem)

Ainda aqui há uns dias, o mui estimado Carlos Martins, publicava num seu artigo as descobertas de um seu conhecido a respeito do "consumo" do Flash, e que "mostram a diferença de CPU ao ver vídeo no YouTube num Mac utilizando o HTML5, e o Flash.

Na versão tradicional em Flash: CPU a 18% no Safari + 44.8% no Flash

Usando o versão HTML5: CPU a 20.8% no Safari


Com HTML5 o uso do CPU continua reduzido e não se tem a ocupação enorme do Flash. Em termos de equipamentos móveis, quanto menor o uso do processador irá se traduzir num menor gasto de energia (poupa a bateria) e torna o equipamento mais eficiente.

(Dito isto agorta por quem até nem sabe grande coisa...)
Parece muito mais eficaz não o usar o Flash, não é?

4 comentários:

JPCarvalhinho disse...

Boas...atenção. O HTML não é um substituto perfeito do Flash... a Apple que crie juizo. É quando muito para 80% dos "sites práticos" como youtubes e afins... mas... tenta lá jogar farmville do facebook sem flash... :)

Geração HD disse...

LOOOOL

não posso já com o FARMVILLE

João Sousa disse...

Facebook? O que é isso?

ArmPauloFerreira disse...

Entendo esse ponto de vista perante os jogos flash que surgiram como cogumelos na rede.
Se ao menos o Flash fosse usado só para isso e não para substituir as páginas html... mas não... é bem mais abrangente a inundação.

Sei o que é esse jogo só vagamente mas não tenho Facebook (ou outras redes sociais... o blog já me trás dissabores até... por isso chega)

@ JPC: O artigo é só um ponto de vista meu que até nem domino o assunto, e comparado com os teus skills nestas áreas... sou um autêntico leigo portanto, mas é curioso que saiu depois de ter feito este artigo (compreendam que os faço antes e depois são agendados para outro momento), vi um artigo na Macworld americana e o artigo batia tudo conforme o meu. Se calhar não ando muito errado...