quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Series TV: Pan Am (ABC)

Tinha expectativa por esta série mas deixei-me a esperar para ver quando passasse na SIC o que valia. Chegado ao dia da exibição, passa ao mesmo tempo outra serie na TVI, a Terra Nova. Não estava em minha casa e viu-se então os dinossauros (nada de muito especial - clichés pegados, uma ideia que resultaria melhor num filme que num seriado). Portanto, não pude ver a Pan Am na SIC mas isso até despoletou a minha curiosidade e foi como se até aumentasse a vontade de ver. Saquei (pois!) dois episodios da Pan Am no mesmo Domingo... e vi-os à noite!


Veredicto:
Tremenda série dramática!
Belíssima e inteligente.

Não só vi o episódio piloto (o 1º) como também o seguinte "We'll Always Have Paris", tudo de seguida.


O foco do argumento não é muito simples de explicar, uma vez que até nem se foca sequer numa única narrativa.
A série incide numa equipa de pilotos e sobretudo numa certa equipa de hospedeiras. Gradualmente, com recurso à técnica dos flashbacks vamos percebendo personagem a
personagem, uma parte da espessura pessoal de cada um, as ligações, de como são compostas estas pessoas e nada é tão simples ou simplista do que parece.


Teoricamente, esta série teria tudo para ser mais uma desinteressante, até porque já vimos isso suceder com uma série portuguesa "Voo Directo" (aquela que passou na RTP, desinteressante e com Soraia Chaves, Maya Booth, Micaela Reis e Erica Chissapa).
Pan Am tem engenho suficiente para tornar o mundo das hospedeiras de aviação dos anos 60, num drama com valor e interesse. Em termos comparativos, é como se a série fosse um parente de "Mad Men" mas com mais atribulações entre as personagens e a vantagem de ter sempre muitos locais e situações diferentes para exibir.


Mais que as personagens e de ter algumas boas interpretações (da Kelli Garner e da Christina Ricci), o que sobressai aqui é até mesmo todo o design de produção que é muito acima da media. Reconstituição de época credível, a presença do francês falado, o glamour fashion (gestos, modos de falar, penteados, os vestidos, as fardas, os fatos, veículos... tudo belo!), a fotografia e os tons de cores pastel dominam o ecrã e sobretudo a excelência do desfile musical da banda-sonora. Só a qualidade das escolhas easy-listening, do jazz, os standards, etc, fazem sobressair o espirito de cada cena com uma amplificação de glamour que não estava a contar.




Plena de glamour, casos românticos, mistério, espionagem, dramas familiares e com subtileza exibe o factor da libertação ou luta pela igualdade feminina. Nota-se que em termos de estilo, procuram sempre fechar os episódios com cenas finais de grande encenação visual, como se nos deixasse uma foto desse instante na memória.
Todo o tom de "Pan Am" arrebatou-me com surpresa.

Esta é, para mim, uma serie admirável, mesmo que muito feminina (tipo uma espécie de Mad Man feminino) mas vou seguir com entusiasmo, se o nivel assim se manter. Ahhh... e o nível assim se manteve ao segundo episódio... gostei!
Venha lá mais disto "sefachabor"!

2 comentários:

Anónimo disse...

Foi uma escolha de visionamento errada até porque o Terranova só vai piorar ainda mais. É um género de "como fazer render um Jurassic Park para toda a família". O Pan-Am é para mim agradável, cuidado se bem que não se encontre lá nada de brilhante. Só foi pena pelo menos no primeiro episódio alguns CGI mal conseguidos. Ao contrário do que poder parecer também os personagens masculinos vão estar em foco. Um problema é que passado 5 a 6 episódios e revisto o passado das personagens principais e (sendo as personagens tão novas) os argumentistas vão ter de se esforçar para arranjar material para ainda motivar o espectador já que a série não é exactamente o Lost para ter uma vintena de personagens para dissecar.

ArmPauloFerreira disse...

Sim, concordo pois podem perfeitamente começar a engonhar os enredos e a perda do brilho e interesse pelas personagens perder-se. Contudo, vou acompanhando a série conforme puder.
Para já, pelo arranque... gostei de tudo.

Obs: sim os efeitos CGI eram manhosos mas entende-se, sendo televisão não csotumam ter muito orçamento para efeitos visuais e arranjam algo para ajudar no eye-candy.