sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Reflexos da crise: encerram algumas publicações... Premiere, Focus e Zoom IT

O nosso país está em crise e não se pode dar a luxos. Obviamente que quem compra o que quer que seja, faz a sua triagem do que mais lhe interessa quando a carteira aperta. Nesta acção tão normal, despontam os reflexos da crise socio-economica no país comercial.

O encerramento de algumas publicações, num mercado tão pequeno mas de multiplas propostas, teria de acontecer mais tarde ou mais cedo. Como tal fica a informação de que esta semana encerraram: a Premiere, a zOOm it e a Focus. E imagino que o mercado não ficará por aqui...

Deixo as capas das últimas edições de:

Premiere


zOOm i.t.


Focus

2 comentários:

João Sousa disse...

É incaracterístico num informático (eu assumo-me como um informático incaracterístico), mas eu prefiro escrever em papel. Tenho uma prateleira de pequenos blocos, grandes blocos, folhas desgarradas e cadernos cheios de apontamentos que vou juntando, à espera de uma oportunidade para serem usados em local apropriado. Acho que esta é uma dessas ocasiões, por isso aqui vai:

"Paremos num quiosque, olhemos para o expositor e a listagem de temas é avassaladora: roupas, motas, computadores, relógios, camiões, engenhocas, cães, gatos, pesca, charutos, armas, mulheres, culinária, telemóveis, saúde, crianças, caça, viagens, astronomia, áudio, mergulho, futebol, carros, carros usados, carros clássicos, modelismo, moda, croché, socialites, notícias..."

Eu nem estava, na altura, a tentar ser exaustivo e esqueci-me de várias temáticas. Naquele dia, a minha questão principal era o excesso de informação a que estamos sujeitos. Mas hoje, posso pegar no mesmo texto por outro ângulo: é impossível a sobrevivência de tantas revistas, com públicos tão fragmentados e de nicho, num país em que quem lê é um nicho por si só. Receio bem que, como escreves, os desaparecimentos do mercado não vão ficar por aqui. Ou, se não desaparecerem por completo, passarão em exclusivo para a Internet - solução que me desagrada, pois não gosto de ler em ecrãs.

Pode parecer estranho, mas eu estou esperançado que este ajuste do nosso estilo de vida às nossas reais possibilidades nos permita reconquistar algo que tínhamos (ou pelo menos EU tinha) na nossa adolescência: o tédio. O tédio é, na minha opinião, enormemente desvalorizado e receio que tenhamos sido a última geração a usufruir desse privilégio. Os miúdos de hoje, quando o sentem aproximar, afogam-no com horas passadas no Youtube, na MTV ou nas redes sociais.

ArmPauloFerreira disse...

Concordo com tudo o que bem disseste. Excesso de oferta segmentada e especifica: não há leitores para tanta coisa.
Excesso de informação em excesso de medias: não há hipótese de poder dar tanta atenção a tanta coisa.
Esta trista fase económica vai repor muita da verdade do mercado: vai sobreviver o que é bem sucedido e tem clientela.

Agora essa do tédio foi a melhor observação e nunca tinha visto isso mas concordo plenamente. E hoje em dia há tanta coisa...