segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Django Unchained; Lo Imposible; Le Cochon de Gaza; The Greatest; ...desde 24Jan'13 nos cinemas nacionais

As estreias nos cinemas portugueses desde 24 Janeiro'13:

imagem do CineCartaz


Em semana cuja estreia há um filme de Quentin Tarantino, que revisita os western spaghetti com o seu "Django Libertado", quase nem se consegue prestar mais atenções a outras obras que se lhe oponham na mesma semana.



Contudo, o espanhol Juan Antonio Bayona parece que consegue o impossível com o seu filme sobre o tsunami "O Impossível".



Ainda assim há direito a mais duas propostas, como são o (muito interessante) "Sem Ti" e o "Um Porco em gaza".


É arriscar...


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Sundance 2013... breves apontamentos e destaques sobre este festival


Desde dia 17 (a 27) que arrancou um dos festivais de cinema que mais aprecio, o Festival de Sundance 2013.

Um festival americano de cinema independente, de onde surgem imensas obras onde se sente as melhores vibrações cinéfilas. Um festival que funciona igualmente como uma morada para jovens cineastas, não só americanos, demonstrarem a sua capacidade na área, com filmes muitas das vezes com elencos que bem conhecemos.

o actor ficou super parecido com Steve Jobs...

Este ano há algumas obras a prestar atenção, sendo alguns dos destaques:
- o filme "jOBS", que é um biopic sobre Steve Jobs (que é encarando por Ashton Kutcher );
- o biopic "Lovelace";
- a estreia na realização de longa-metragem de Joseph Gordon-Levitt com o "Don Jon"s Addiction";


- e ainda, entre outros, o regresso do realizador Richard Linklater que com o novo "Before Midnight" transforma em trilogia os dois filmes "Antes do Amanhecer" (1995) e "Antes do Anoitecer (2004)", obviamente com a presença dos actores Ethan Hawke e Julie Delpy a voltarem aos seus papeis (a cada 10 anos);


Vai haver cinema do bom, isso é certo e garantido todos os anos. Muitas das vezes, são filmes saídos daqui que surgem um ano depois a disputar os Oscars... o que já diz muito da valia deste festival.


Saibam mais verificando a recolha informativa do site "The Playlist".
E o site do Sundance Institute... go!

Zero Dark Thirty; The Sessions; Reality; Undisputed 3; ...desde 17Jan'13 nos cinemas nacionais

As estreias de 17 de Janeiro nas salas de cinema portuguesas. Desta vez são apenas 4...




De todos o mais badalado é o filme de Kathryn Bigelow, a primeira mulher galardoada com o Oscar por melhor realização, o "00:30 Hora Negra", que surge com imenso hype e aclamação, sobre os instantes da captura de Osama Bin Laden. Um filme político e patriótico sobre a mais importante captura de um inimigo americano, abrilhantado pela presença de uma das actrizes momento, a Jessica Chastain.



Deste pequeno lote de estreias, outro que grangeará atenções é o "Seis Sessões" que está a captar atenções e anda bem falado. Aborda um tema interessante com graça...



O menos badalado "Reality", uma produção italiana também parece ser uma comédia dramática (dramédia) que não deve ser má de todo.



Só vendo...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Fringe chega ao final definitivo...



E pronto, é esta semana o final definitivo da série Fringe, que com a 5ª temporada culmina a sua "aventura" com o  episódio duplo (ep. 12+13) a 18 de Janeiro'13. Está feito!
Ainda estou empancado entre o meio e o fim da 4ª temporada. A ver se um dia chego ao fim de mais esta serie que a determinada altura tornou-se repetitiva, carrancuda e pouco aliciante de seguir. Saber que chega ao fim também é uma boa noticia...

Fica aqui um video que promovia o episodio 11... é o fim!

Multi-foto: Mila Kunis

A actriz Mila Kunis numa multi-foto...


sábado, 12 de janeiro de 2013

Waribashi #42


Na nova edição da Waribashi podem encontrar os seguintes artigos:

- Entrevista a Stan Sakai – autor de “Usagi Yojimbo” e ilustrador de “47 Ronin”;
- Uma visita a Odaiba;
- Encontro com os prisioneiros de Guerra Americanos na II Grande Guerra ;
- Nintendo Wii U;
- Nintendo Land e New super Mário Bros. U;
- Exposição Sakura e Banzai;
- Makoto Shinkai: estética do desencontro;
- Literatura: “Strangers” de Taichi Yamada;
- Evento: Midori II;
- Evento: Eurogamer Expo 2012;
- Evento: MCM London Comic Con 2012;
- Kasudama;

Pode ler a revista aqui.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Cine-critica: ParaNorman (2012)

Paranorman
(2012)



Realização: Chris Butler e Sam Fell
2012
Sinopse (via Split Scren): "Na pequena cidade de Blithe Hollow, no estado de Massachusetts, vive Norman Babcock, um rapaz que possui um dom raríssimo: consegue comunicar com os mortos. Essa característica, assim como algumas outras, não ajudam o pequeno na integração com os colegas de escola e, por isso mesmo, ele sente-se incompreendido e infeliz. 
O seu grande amigo vivo é Neil, um rapaz excêntrico que, surpreendentemente, para além de ser o único a acreditar em Norman, ainda acha a ideia genial e cheia de potencialidades. Certo dia, o pequeno médium é contactado pelo já falecido tio Prenderghast, que lhe fala num rito paranormal que ele deve assumir para proteger a cidade de uma terrível maldição lançada três séculos antes. Apesar de relutantes, Norman e Neil decidem cooperar, mas as coisas não saem como planeado. Agora, uma tempestade mágica ameaça destruir a cidade ao mesmo tempo que os seus mortos regressam à vida. Assustados mas decididos a não se deixarem abater, os dois rapazes sentem que o futuro da cidade está nas suas mãos e que nada, nem mesmo um grupo de mortos-vivos, os poderá derrotar."


Mini-critica:
Ora bem...

Um belissimo filme de animação stop-motion, com uma história muito tocante (que vai desde o bullying, à solidão, rejeição, os falsos julgamentos populares, etc), que é uma dramédia muito mais adulta que infantil na sua abordagem, com hilariantes gags à mistura.
Tudo isto embalado numa leve temática do paranormal, com um fundo de situações inspiradas nos filmes de terror clássicos (são imensos e com alguns mash-ups: cena do miúdo com a máscara do Jason ao som de Halloween, por exemplo), uma realização soberba (há planos magníficos e arrojados para o género).

Há ainda assim uma ligeira desorientação qualitativa, entre o meio e o final do filme mas que é necessária para acentuar o tom de entretenimento aos mais novos (as cenas do público, na biblioteca, etc) sem com isso afectar o estupendo final, que se glorifica por assentar num twist aos eventos. Não há dúvida que se está perante um bom filme.


Vi nas duas versões, a dobrada em português (em casa) e a original em americano (em antestreia por cortesia de um passatempo da Magazine HD... oh yeah!!!). Merece ser dito que em ambas o trabalho de vozes esteve bem. Mesmo que sem grande chama na nacional (nalguns personagens). Curiosamente, na versão original, ao longo da fase inicial do filme só identifiquei a voz da actriz Anna Kendrick porque dos outros... nããaa, dissimularam-se bem (ou eu estou a ficar fraquito no assunto - mas isto agora não interessa nada).

É um bom filme, bastante criativo e que dá brilho à animação stop-motion a meias com efeitos visuais digitais numa história que dá mais para se pensar nela, conseguindo ainda aludir ainda aos efeitos do bullying para com todos aqueles a que achamos diferentes por serem... diferentes.
Altamente recomendado! O melhor filme de animação de 2012, sem dúvida alguma. (Bem... mas isto sou eu a dizer, claro.)

Classificação:
7,5/10
BOM+



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Silver Linings Playbook; Flight; The Good Doctor; Manolete; ... desde 10Jan'13 nos cinemas nacionais

As estreias desta semana são apenas 4...




Duas foram nomeadas para os Oscars 2013, sendo a mais forte sugestão o "Silver Linings Playbook / Guia para um final feliz", que obteve imensas nomeações (realizador, filme, actor, actriz, secundários...).
Está em grande!



O "Flight / Decisão de Risco" recebeu a nomeação para Melhor Actor pela prestação de Denzel Washington.
Deve ser interessante, até porque é o regresso do realizador Robert Zemeckis.
Merece ter no radar...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Cine-critica: Femmine Contro Maschi (2011)

Femmine Contro Maschi
Fêmeas Contra Machos : A Guerra dos Sexos - Parte 2
(2011)


Realização: Fausto Brizzi

Sinopse: "Anna e Piero (Luciana Littizzetto e Emilio Solfrizzi) estão casados há quase vinte anos. Ela é culta e sofisticada. Ele, pelo contrário, é ignorante, pouco ambicioso e mulherengo. Um dia Piero tem um acidente que o faz perder a memória a curto e médio-prazo, ficando estagnado nos tempos do liceu. Anna encontra aí o momento certo para "reformatar" o marido e melhorar a vida em comum, transformando-o no homem com quem sonhou toda a vida . Porém, as coisas vão complicar-se de tal modo que ela vai desejar ter o antigo marido de volta...
Sequela do filme "Machos Contra Fêmeas: A Guerra dos Sexos - Parte 1", uma comédia de costumes realizada por Fausto Brizzi." via PÚBLICO/Cinecartaz



Ora bem...

Em 2012, estreou nalgumas salas nacionais (na realidade, em muito poucas até), dois filmes italianos. Na penúltima semana de Maio surgiu o "Machos Contra Fêmeas - parte 1" (ver critica aqui) e na última semana do mesmo mês este "Fêmeas Contra Machos - parte 2".
O tema é a guerra dos sexos, e se no primeiro sugeria-se que eram os homens contra as mulheres, de facto nesta sequela não se nota que se trata de uma guerra desta vez das mulheres contra os homens. É mais do mesmo, nesta sequela que se pretendia uma abordagem de diptico mas que falha redondamente sem não acrescentar nada de novo, ao ser agora mais rebuscado (e até enfadonho) e os clichés desta não funcionarem em favor do filme.


Contudo, tem algo que achei interessante e até pouco explorado nos filmes (que já vi): as personagens que mais acompanhamos no primeiro filme, são secundários desta vez, ou melhor dizendo, pessoas que outras personagens conheciam ou que por vezes lhes falam sem muitas das vezes as conhecerem de facto (mas que nós sabemos bem quem são - e com isso percebemos que certos encontros momentâneos e conversas, têm uma segunda profundidade por sabermos o que outros já passaram). No fundo, utilizam-nas como cameos do primeiro filme e as personagens a que este filme pretas atenção faziam cameos na primeira parte.
Esta ideia, achei muito interessante, e a forma como as usam acrescenta um pouco de brilho a esta sequela e isso fez-me dar mais um pontinho na classificação. Imagino um dia destes Hollywood a copiar este conceito...


Claramente o objectivo desta produção italiana foi capitalizar no sucesso do primeiro filme. E nota-se muito...
Se o primeiro servia-se da fórmula de Hollywood, em reunir um grande elenco, criando assim um puzzle-movie com imensas personagens, tudo combinado em comédia, mesmo assim pontuava por manter alguma da comédia de costumes à italiana. Nesta segunda incursão pelo mesmo universo, já não resultou tão bem sendo que se sente uma abordagem ainda mais leve e banalizadora do pack desenvolvido por Fausto Brizzi com um mega-elenco que apenas cumpre no seu todo.



É uma comédia razoável e consegue funcionar isolado da parte 1 mas sabe melhor depois de visto o primeiro (além de lhe acrescentar sentido). Mesmo assim, o efeito do primeiro filme perde-se aqui.

Classificação:
5/10
Decente...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Por uma definição justa de pirataria


A pirataria é um mal que paira sobre a Humanidade. Todas as semanas, navios de praticamente todas as nacionalidades correm grandes riscos de serem abordados por piratas somalis nos Mares Arábico e Índico. Enquanto isso é um atentado à integridade física de pessoas e um roubo de produtos físicos - e a também antiga contrafacção de artigos coloca em risco a vida ou a saúde das pessoas - os governos e entidades mais ou menos oficiais preocupam-se principalmente com um tipo de pirataria bem mais ofensivo ou perigoso: a democratização do conhecimento cultural, através da partilha de conteúdos digitais.

Os conteúdos digitais foram uma invenção da indústria. Dando variedade de formatos e portabilidade, tencionavam vender mais, mais depressa e com maior lucro. E tal como no tempo dos gravadores de VHS, os consumidores contornaram as regras. Se há vinte anos as revistas apoiavam o consumidor fornecendo capas e códigos para gravar à hora certa, agora são os próprios fornecedores de serviços televisivos a permitir a gravação e visionamento posterior com um mínimo de esforço. E isso é legal porque, apesar de os fabricantes de conteúdo não gostarem, como são empresas que o fazem pagam impostos, continua a ser negócio. Os consumidores agradecem o serviço prestado.

Vender DVD contrafeitos é ilegal. Porque nesse cenário não ganha quem faz o conteúdo, nem quem o vende paga impostos sobre o seu trabalho. O consumidor agradece pagar menos do que por um bilhete de cinema ou uma cópia oficial e, como os tempos estão difíceis, já sente que é justo cortar numa despesa “supérflua” como é o entretenimento. Disponibilizar conteúdos online equivale ao anterior porque, atingindo determinada escala, começa a arrecadar quantias consideráveis de dinheiro com a publicidade.

E se quem os coloca online não estiver a ter lucro, nem a roubar a ninguém? Esse era o caso do blog My One Thousand Movies. Os três mil filmes que tinha eram clássicos que não se encontram à venda nem passam na televisão. Pretendiam dar a conhecer o património cinematográfico da humanidade. Serviam para descobrir cineastas esquecidos e obras de culto, mas com pouca resolução para que ninguém se sentisse tentado a ficar com essa versão em vez de se dedicar a procurar no mercado convencional de importação uma versão melhor. Outra vantagem é que no My One Thousand Movies todos os filmes tinham legendas em português ou numa língua mais ou menos compreensível. Na importação não.

Dia 16 foi fechado pela Google sem qualquer aviso por incentivo à pirataria. Estamos a falar de filmes quase impossíveis de encontrar no mercado, que em nada rivalizavam com a versão comprada, se existisse uma, e que tinham no máximo uma centena de downloads provenientes de todo o mundo, não apenas de Portugal.
O que o My One Thousand Movies fazia era complementar (ou substituir) a missão da deficiente televisão pública de educar cinéfilos. Muitos bloggers recorreram a este repositório para rever um título acarinhado, ou, a partir do filme e da pequena resenha que o acompanhava, fazerem publicações com as quais muitas outras centenas de pessoas ficaram com vontade de descobrir um cinema marginal e esquecido.
Isto não é pirataria, é serviço público, e é preciso (re)definir o enquadramento legal adequado.

Se alguém errou no meio disto tudo foram as distribuidoras que não viram interesse em comercializar os filmes. Ninguém o pode ver porque não compensa comprar os direitos e fabricar para pouca gente? Sugeríamos que houvesse um videoclube online no qual, por um valor simbólico, se pudesse ver o filme contribuindo para a distribuidora.
A distribuidora não teria encargos com a manufactura de cópias físicas que ficariam a ocupar espaço em armazém. Os consumidores exigentes encontrariam o que queriam imediatamente sem remexer em caixotes de promoções nas superfícies comerciais.
Os retalhistas não estão interessados em ter uma cópia única de milhares de filmes que poderão nunca vir a comercializar, mas estariam interessados em vender cartões pré-pagos de acesso a esse serviço, como fazem para as consolas.
Se o preço fosse suficientemente baixo toda a gente poderia espreitar e talvez descobrir algo único.

Enquanto este tipo de serviço não existir, estaremos sempre dependentes da boa vontade, dedicação e cultura de pessoas como o autor do MOTM. Mesmo que achem que isso vai contra a lei. De todos nós, obrigado.


Signatários:
Ana Sofia Santos - Cine31 / Girl on Film
André Marques - Blockbusters
André Azevedo - BD no Sótão
António Tavares de Figueiredo - Matinée Portuense
Armindo Paulo Ferreira - Ecos Imprevistos
David Martins - Cine31
Eduardo Luís Rodrigues - EddyR Corner
Francisco Rocha - My Two Thousand Movies
Gabriel Martins - Alternative Prison
Inês Moreira Santos - Hoje Vi(vi) um filme / Espalha-Factos
Johnny Kino - O Desconhecido do Norte ExpressoJorge Rodrigues - Dial P for Popcorn
Jorge Teixeira - Caminho Largo
Luís Mendonça - CINEdrio
Manuel Reis - Cenas Aleatórias / TV Dependente
Miguel Lourenço Pereira - Cinema
Miguel Reis - Cinema Notebook
Nuno Reis - Antestreia
Pedro Afonso - Laxante Cultural
Rita Santos - Not a Film Critic
Samuel Andrade - Keyzer Soze's Place / O Síndroma do Vinagre
Victor Afonso - O Homem que Sabia Demasiado

sábado, 5 de janeiro de 2013

Movie-OST: Mariana Norton - "Assim Assim" (2012)

A canção "Assim Assim", de Mariana Norton, que recorrentemente se vai escutando e ecoando no filme português com o mesmo nome, o "Assim Assim" (2012)...




Para minha surpresa, desconhecia que esta canção era da actriz da novela "Dancin' Days" da SIC, que curiosamente na novela tem um papel onde apresenta uma faceta de cantora timida...
No filme, resulta muito bem e talvez melhor que isolada do imaginário de "Assim Assim"... mas está fixe e deixa a sua marca em quem o vir. Não é de espantar o bom resultado por a Mariana Norton tem formação de jazz e percebe-se que soube interpretar as imagens.
Enjoy it!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Cine-critica: Assim Assim (2012)

Assim Assim
(2012)

Realização: Sérgio Graciano

Sinopse: "Cinco personagens cruzam-se numa esplanada dando início a uma viagem pelas suas vidas. “Assim Assim” é um filme sobre relações, sobre aquilo que queremos para nós e o que não conseguimos alcançar. Entre boas e más relações, amores e complicações, tudo pode acontecer."



Ora bem...

"Assim Assim" insere-se numa toada indie e do cinema falado (e até mesmo ambientado no mumblecore) que muita falta faz no cinema português com mais evidencia, que aqui o faz notar mais pelo mega elenco que nos apresenta (destaque para Ivo Canelas e Joana Santos).

Construído em torno de abundantes diálogos, cedo percebemos que algo se quer expor por aqui. Formalmente demonstra que o Cinema pode abraçar de diferentes formas, ser mais simples em detrimento de virtuosismos sem com isso ser algo inferior pois "Assim Assim" é uma obra humilde mas com alcance aonde quer chegar. E chega lá com uma precisão metódica de quem sabe ter um ponto de vista pluralista e sem ser hipócrita.


O filme não segue o padrão de ter personagens principais, aliás faz por descartar isso ao nos fazer seguir as diversas realidades das muitas personagens que faz desfilar, sendo que se emaranham umas nas outras subtilmente por aquilo que é o motor do filme: as relações dos casais. Demonstra ainda que as decisões de alguém conseguem afectar as vidas de muita gente.

Numa das sinopses mais completas (da RTP), que funciona mais como reflexão do filme (e é isso que também é o filme) é bem referido o seguinte:
"As relações são complicadas, porque as pessoas pensam demasiado, porque habituaram-se a analisar os sentimentos. Todos os dias a mesma busca pela felicidade, mesmo que tenhamos esvaziado de conteúdo essa palavra. No fundo já ninguém acredita no amor. Porque se estamos felizes pensamos logo que será por pouco tempo, tratamos logo de travar essa euforia, como se soubéssemos que depois de um momento desses resta-nos descer ao mundo das desilusões. E complicamos a nossa vida, e a dos outros, sabotamos constantemente a nossa felicidade porque a plenitude que sentimos é demasiado intensa e já não estamos habituados a lidar com sentimentos profundos. E nem no amor encontramos redenção, nem aí conseguimos sentir-nos completos porque há sempre alguma coisa que está a mais, ou que falta, há sempre um pequeno defeito que estraga o momento para que possamos dizer em voz alta “eu sou verdadeiramente feliz”."

Consegue ainda levemente tocar outros pontos condicionantes, que são as características pessoais destas pessoas colocando em subtextos o racismo, o afastamento dos amigos, o efeito das separações, o efeito da família, o carácter, a homofobia, questiona a honestidade, a rivalidade num casal proveniente do sucesso individual alcançado, a violência conjugal, a velhice e a solidão.
Nota positiva, além do mega-elenco, para a montagem, a iluminação (as cenas são quase sempre nocturnas), a banda-sonora (e uma interessantíssima canção, tema-título que nos brinda no fim) e sobretudo a naturalidade realística com que as conversas (as falas de cada personagem) que dão uma dimensão bastante humana ao que aqui desenrola.
Poderia apontar como pontos que o melhoravam: o filme poderia ter prestado mais espaço a pausas meditativas das personagens, desenvolver partes silenciosas mais dedutivas do que proferidas, e inclusive desenvolver algumas situações de algumas personagens, que acaba por ser acelerado no desfile de conversas no desenvolvimento deste puzzle. Mesmo assim, achei-o cativante de seguir.


Concluindo, é um filme que coloca em cena uma multiplicidade de vidas que, apesar de tão diferentes, todas procuram algo em comum: tentar ser felizes.
Gostei.

Classificação:
7/10
Bom

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Les Misérables; Mientras Duermes; I, Alex Cross; ... desde 3Jan13 nas salas nacionais

A primeira semana de estreias nos cinemas nacionais conta com apenas 3 filmes:


imagem via CineCartaz
O musical "Os Miseráveis" conta com um enorme hype, apresentando uma tremenda grande produção (britânica) para que esta adaptação do famoso clássico literário de Victor Hugo seja inesquecível.
Julgando apenas pelo que se conhece pela promoção não me parece ser assim tão grandioso quanto isso. Ainda assim tem um valente elenco de onde tem sido muito vangloriado a prestação da actriz Anne Hathaway (que dizem ser candidata forte a ganhar um Oscar pelo seu papel no filme - que assim seja, já agora, afinal onde quer que esta actriz entre costuma ser a melhor "peça" dos seus filmes... isso até é gritante em caos como o "The Dark Knight Rises" entre outros).




O outro destaque recai no espanhol "Enquanto Dormes" que parece ser realmente muito interessante e a não perder.