O iPad de revolucionário não parece muito realmente... mas apenas nesta altura.
Mas há que olhar para trás também. O iPhone desde que chegou foi continuamente atacado por quem não assimilava o seu conceito de uso. Ele não era um telémóvel a funcionar segundo as mesmas regras do que existia no mercado. Ele trouxe algo bem mais profundo ao mercado e que não estava tão evidente quando foi anunciado.
O mesmo estará para passar-se agora com este "ainda estranho" iPad.
O mesmo estará para passar-se agora com este "ainda estranho" iPad.
Acho que, digo-o pessoalmente, este produto vai ser mais importante do que realmente aparenta neste momento. Mais do que o fim a que se propõe, a virtude dele estará na forma como se passará a questionar um dispositivo informático e os objectivos que se pretendem ter e obter deles.
Quando chegar a Portugal, tal como já acontece com a gama iPod, continuaremos a não vermos chegar o acesso aos conteúdos todos da iTunes Store, principalmente os filmes e os livros da nova iBookStore e outros conteúdos. Parecerá á partida demasiado limitado e com fins algo limitados.
O iPad alarga ainda mais o conceito dos iDispositivos móveis da Apple. Eu já imagino que daqui a uns meses ou anos, o tipo de discurso que agora desvaloriza o valor do iPad, a já não ser igual.
Mas foi isso mesmo que se disse do iPod video, do Apple TV, do iPhone, do iPod touch... e a verdade é que praticamente todos eles continuam a mudar a maneira com que as pessoas gradualmente entendem ser o acesso aos conteúdos.
O iPad é, mais um, dispositivo Apple que funciona como uma extensão do nosso computador pessoal.
É esse o conceito que a Apple tem dotado os seus iDivices e obviamente que esse conceito passa todo pelo iTunes, a tal aplicação que a Apple há 10 anos atrás pretendia para o seu conceito de "Digital Hub". Na altura começou pelas aplicações do iLife... e depois disso a coisa foi evoluindo até se chegar ao iTunes e às suas lojas on-line, que congregam tudo (ou quase tudo) o que seja conteúdo. Ao mesmo tempo assegura um modelo comercial para manter entusiasmados aqueles que criam os conteúdos que a alimentam. Contudo, as imposições destas entidades é que fodem tudo...
A maior questão que envolve este dispositivo agora que ele já existe, é:
Será que todos nós precisamos mesmo do iPad e fará até algum sentido um dispositivo assim?
Será que todos nós precisamos mesmo do iPad e fará até algum sentido um dispositivo assim?
Entendo que sim... mas vai levar tempo a ser adoptado este género de "tablet".
Este produto vai dividir as pessoas, até ser entendido para que serve realmente e qual a dimensão que a sua utilidade trará para quem o utilizar.
Se bem que a Apple para acelerar essa adopção tomou a feliz ideia de lhe dar um preço que é quase irrecusável não ponderar neste iPad.
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Se pensarmos bem um Kindle (o grande) custa cerca de 500 dolares e não faz muito mais que servir para leitura de livros electrónicos e o seu menor ecrã nem sequer exibe cores. O iPad de entrada de gama custa os mesmos 500 dólares, também servirá para a leitura de livros... mas faz muitíssimo mais que apenas isso!
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Se pensarmos bem um Kindle (o grande) custa cerca de 500 dolares e não faz muito mais que servir para leitura de livros electrónicos e o seu menor ecrã nem sequer exibe cores. O iPad de entrada de gama custa os mesmos 500 dólares, também servirá para a leitura de livros... mas faz muitíssimo mais que apenas isso!
É esse o conceito que a Apple tem dotado os seus iDivices e obviamente que esse conceito passa todo pelo iTunes, a tal aplicação que a Apple há 10 anos atrás pretendia para o seu conceito de "Digital Hub". Na altura começou pelas aplicações do iLife... e depois disso a coisa foi evoluindo até se chegar ao iTunes e às suas lojas on-line, que congregam tudo (ou quase tudo) o que seja conteúdo. Ao mesmo tempo assegura um modelo comercial para manter entusiasmados aqueles que criam os conteúdos que a alimentam. Contudo, as imposições destas entidades é que fodem tudo...
O iPad, tal qual o iPod touch/iPhone, segue os mesmos princípios mas propõe-se a ser algo mais completo ao nível da experiência de uso. Continua a ser um dispositivo vocacionada para a consulta de conteúdos, não especificamente para os criar como num desktop mas acredito que as aplicações de programadores visionários o dotarão de habilidades que não se vislumbram neste momento.
Não é o produto revolucionário esperado na sua apresentação porque a expectativa era exagerada demais pois existiam demasiados interesses divergentes para um produto assim. E também não é uma nova e radical estação de trabalho para substituir um computador.
Não é o produto revolucionário esperado na sua apresentação porque a expectativa era exagerada demais pois existiam demasiados interesses divergentes para um produto assim. E também não é uma nova e radical estação de trabalho para substituir um computador.
A verdade é que ele sim é uma nova ferramenta. Ferramenta essa que até poderá se introduzir em cenários de apoio a trabalho, na consulta, na monitorização e acompanhamento ou outros fins.
Não tenho a mínima dúvida que este aparelho representará aquilo que daqui a algum tempo será um modelo a seguir. Tablets, slates e semelhantes haverá aos montes e todos a concorrer entre si, com mais atributos que o iPad.
Contudo, o mais importante passará por isto: o valor do iPad não está no hardware mas sim na forma como o seu conceito de dispositivo móvel é expresso pelas funcionalidades agregadas pela via do seu software.
A filosofia do "just really works everything" sem nunca se o ter utilizado.
A filosofia do "just really works everything" sem nunca se o ter utilizado.
O uso lógico e orgânico.
Será então o iPad substituto de um computador portátil?
Claro que não! É um dispositivo móvel de complemento ao desktop.
Não vai ser com o iPad que a Apple vai deixar de vender os portáteis MacBooks ou que se deixará de usar portáteis como computador principal por causa dele. Mas acredito que fará pensar-se muito nisso... recorrentemente.
Não vai ser com o iPad que a Apple vai deixar de vender os portáteis MacBooks ou que se deixará de usar portáteis como computador principal por causa dele. Mas acredito que fará pensar-se muito nisso... recorrentemente.
Nos últimos tempos, aquilo a que tenho assistido é que muita gente compra um potente portátil para simplesmente nele o usar para as possibilidades da internet. Consultar informação em páginas de internet (sites, blogs, wikis, etc), redes sociais (twitter, Facebook, blogs, etc), comunicar (e-mail, chat, videoconferência, etc), efectuar as suas compras on-line, fazer os seus downloads (legais ou não), etc. No fundo a grande maioria pretende estar on-line e usar as possibilidades da net.
O iPad em termos de uso colide em muitos destes usos. Na realidade em quase todos...
E como dispositivo também móvel e com acesso á internet, tal como os portáteis, parece se afigurar como uma espécie de substituto. Não o é porque o iPad não foi desenhado para produção de trabalho da mesma forma que um desktop. Contudo, além de ser um excelente leitor de conteúdos (excepto o que for baseado na tecnologia Flash Player -saber mais aqui) a Apple compreendeu que a tecnologia do iPod touch com um ecrã maior poderia fazer bem melhor que simplesmente exibir em grande. As possibilidades do iWork (uma suite de 3 aplicações para edição de documentos semelhante ao Word, Excell e PowerPoint) desenvolvido para o iPad, assim como as aplicações de pintura apresentadas, fazem alimentar novas utilidades.
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Mesmo assim não servirá de pleno substituto de um completo portátil mas concerteza irá se intrometer em muitos tipos de utilizadores, principalmente alguns como estes:
- os utilizadores trabalhadores (os que viajam, vendedores, empresários, etc) olharão para este aparelho, que até permite usar a rede de dados móveis por 3G (e sem contrato) como uma nova alternativa. Afinal, as quase 700 gramas são abismalmente diferentes de um computador portátil com cerca de 3 kilos. Ao se andar com a mala, as costas e os ombros vão agradecer...
- os utilizadores domésticos, que poderão assim se afastar da secretária ou do portátil para ter algo nas mãos mais compacto para fazer as suas consultas e outras tarefas, em lugares mais cómodos junto da familia como a sala, a cozinha, varanda, etc... até mesmo estar deitado na cama ou sofá. Redes sociais, e-mails, filmes, fotos, livros, etc... a usar logo ali.
- os estudantes teriam aqui um produto interessante. Em vez de levar na mochila os livros todos e cadernos, o ensino ser feito com base nas possibilidades de dispositivos assim: os manuais escolares transformados em e-books, a escrita a ser inserida em documentos digitais no acto, o aluno a enviar os seus trabalhos por e-mail no acto para o professor, etc... No fundo, ir para um local de ensino sem mais nada além de um iPad ou algo assim. Nem o lápis ou a caneta seria preciso...
Então, com cenários destes, o aspecto de carregar um portátil passa a ser questionado. Um aparelho destes colmataria muitas das utilidades que se atribuem a um portátil ou até mesmo os netbooks.
E sendo uma extensão móvel do computador pessoal que se tem em casa, eu então seguiria para o ponto seguinte. O regresso dos computadores de secretária, como o iMac ou os conhecidos PCs, como sendo o potente computador para tudo agregar nele e fazer as tarefas mais árduas (os jogos mais exigentes, aplicações de trabalho mais intensivas, etc)... e dispositivos como o iPad a servirem de extensão informática móvel do que está em casa.
iPad com alguns easter eggs...
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Quem usa o Mac OS X e iPhone em simultâneo, notará que algumas aplicações do iPad introduzem novas maneiras de funcionamento. São subtis nalguns casos e noutros meramente de design visual... mas fazem a diferença!
É que adoraria imenso ver estas renovadas aplicações como o iCal, a agenda de contactos, ter o novo modo de 2 colunas do Mail e os stacks das fotografias (e mais aqueles belos slideshows) a funcionar assim já no Mac.
O Mac OS X com as aplicações a funcionar ao estilo do iPad, mas a cliques de rato, seriam um espanto… e tornaria mais unificada a experiência entre todos os produtos Apple. Acredito que em algum tempo mais tudo isso chegará também ao Mac OS X.
O Mac OS X com as aplicações a funcionar ao estilo do iPad, mas a cliques de rato, seriam um espanto… e tornaria mais unificada a experiência entre todos os produtos Apple. Acredito que em algum tempo mais tudo isso chegará também ao Mac OS X.
6 comentários:
Mais uma vez excelente... bates em todos os pontos principais... e sinceramente por 500 euros... não sei o que estavam à espera... eu estava a apontar para o iphone de 10'' para os 1000€... mas neste caso a opção por um ipod touch de 10'' por 500€ faz mesmo sentido... mesmo para a minha carteira!
Excelente post!
O iPad hoje é o que outrora foi o iPhone, um produto novo que será polido e melhor acabado com o passar do tempo e dos updates do iPhone OS que roda dentro dele.
Totalmente de acordo, Rodrigo.
O iPad é um produto bem melhor para o fim que se propõe do que imaginamos agora que ele ainda não existe ainda comercializado. Mas quando existirem muitos vai haver uma outra opinião por aí.
Cumprimentos aí para o Brasil!
Profissionalmente ... para apresentar catalogos é do melhor ...
Slideshows de ultima hora .. idem...
E lá para casa como o Carlos Martins ( A minha Alegre Casinha ) já disse ... Vai ser um "must" lá pra´casa.
Não podemos esquecer que até só vimos apps do iPhone a correr no Ipad ...
Quero um ! :-)
Isso é bem verdade!
Um desses lá em minha casa seria mesmo uma benção!
Eu adorava ter um... bastava ter mais capacidad€s!
E os meus miúdos davam um bocado mais de descanso ao iPhone (que até tem duas páginas só para os fins deles...)
Sinceramente não entendo como pode vir sem Flash e multitasking. Sem Flash no mundo actual já não é um dispositivo Web...
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