terça-feira, 27 de abril de 2010

Series TV: "Dollhouse"... o fim! (to remember)

Como grande fã da série Dollhouse desde o inicio, começo por dizer que gostei mesmo muito desta série.
Agora que já foi exibido o completo final na FOX Life... so let's talk about it for the last time!


Reflexão...

Pessoalmente, como fã da série depois que esta regressou em Janeiro 2010 para a sua recta final, que nunca mais consegui escrever sobre ela, aqui neste espaço, e muito até por culpa do final que teve. São hurt feelings que só talvez agora os posso recuperar (isto foi sendo escrito em Fevereiro) e dedicar estas linhas sobre o que de magnifico ficou marcado pela Dollhouse. Mais que uma review das duas temporadas, este artigo pende para a reflexão depois de já muito ter sido por aqui escrito sobre a mesma.


Torna-se pertinente voltar a dedicar umas linhas porque a série foi recentemente exibida totalmente descontextualizada no canal FOX Life (que se deveria correctamente chamar FOX Woman -á laia de SIC Mulher) pois o canal evoluiu do inicialmente interessante e generalista (desde que chegou à uns anos atrás à TVCabo) para as temáticas mais femininas. Nesse contexto, a série Dollhouse pareceu-me sempre que estava fora de sitio por lá.
Canais como o FOX, o FOX Next ou FX, teriam sido muito mais acertados (afinal agora os canais já existem todos nas várias plataformas e assim para a FOX nacional teria sido o mesmo). É que Dollhouse era mais uma série de género subversivo, high-tech e muito geek, do que propriamente com apelo e temáticas femininas tipico do que há no Fox Life.

Este último artigo dedicado à Dollhouse, funciona também como uma tentativa de catarse, onde os bons sentimentos que havía construído pela série na segunda metade da 1ªT, acabariam depois reprimidos pelo rumo irregular que surgiu com a 2ª temporada (a meio safou-se bem mas o desfecho foi pobre). Basta ver os dois Epitaphs que terminam cada temporada e se perceberá isso.
Por curiosidade, os Epitaphs juntos, e precedidos do episódio 0 (o extra da 1ªT), funcionam como um belo tele-filme e onde o efeito Dollhouse nos é transmitido na perfeição e a pedir para se saber o que se passou pelo meio (significa ver as duas temporadas -engenhoso!).

Foi pena ver descambar algo assim com uma premissa que muito gostei numa série.
É que pelo meio, muitas questões complexas abordaram-se mas nunca se foi mais além que isso.
É essa a pena que deixa Dollhouse: esbanjaram tudo aquilo que tinha de bom sem cumprir o objectivo.

Uma série super interessante na sua premissa mas que poderia ter sido muito melhor do que realmente acabou por conseguir estabelecer. O que poderia ser uma série séria e adulta, acabou por se confinar a um entretenimento que não chegou a lado nenhum realmente. Contudo, deixou muitas abordagens do rumo da tecnologia e o feito na vida humana (rever mais conceitos aqui).




Mas avancemos…


O que realmente se salva da série foi realmente o núcleo de personagens além da "choquita" da Echo (interpretada por Eliza Dushku):

-Adelle,  foi sempre espectacular como chefe das operações, sempre calculista e constantemente a tentar ocultar os seus sentimentos e um lado humanista (no fundo a verdadeira protectora dos activos);
- o genial Topher, ele conferia os momentos mais funny mas sempre certeiros no que dizia e era o génio de serviço;
- a November, enquanto ela teve protagonismo era sempre muito credível e mais para o fim cumpriu um importante papel nos eventos finais - e mostrou como contornar um inprint além de Echo;
- o casal Victor e Sierra, os melhores actores e dos que prestavam as melhores performances à série, sempre geniais com o pouco que tinham;
- Paul Ballard, que representava a inicio o lado outsider da Dollhouse (dava imenso jeito tudo o que descobria) mas que depois foi perdendo o rumo, contudo, nas situações de acção estava sempre lá.;
- o segurança/chefão Boyd, a doutora Claire/Whiskey, o Alpha e a criança-Caroline inprinted, foram interessantes de seguir;
- e mais tarde a curta passagem da talentosa Summer Glau, que interpretou uma Dra. Bennet (esta é que deveria ter sido a Echo desde o inicio -mas ela na altura estava em Terminator TSCC… e já por lá era a quem ia salvando a série);



Por vezes, são os episódios finais que salvam uma temporada e a impressão que temos dela. Em Dollhouse a maior desilusão foi como nos deram todo o final apartir do Attic (o último dos episódios mais cativantes de assistir).

"The Attic", foi inesperadamente do melhor que a série apresentou. Afinal o sótão era um local "virtual"onde os activos avariados (e não só) eram colocados e os seus cérebros interligados em rede como arquitectura alimentadora da network servidora do super-computador da organização Dollhouse.

Genial e muito à lá "Matrix" pois as mentes eram necessárias para base de dados de personalidades e experiências, e para isso era necessário as manter vivas.
E manter vivas significava, cada um viver eternamente o seu pesadelo no local virtual muito misterioso e sempre em desenvolvimento personalizado de quem o vive.
Aqui, viu-se surgirem imensas respostas a toda esta engrenagem e origem de tudo isto também.

Foi também o melhor momento da Echo (na foto junto da "sua" árvore), num episódio onde até surgiram perosnagens conhecidas e algumas novas, incluindo o Arcane, a intrigante figura (vulto negro tipo ninja -em baixo na foto) que surgia em cada pesadelo de todos os presentes no sótão (attic).


Sabíamos bem que "Dollhouse" estava cancelada desde cedo mas o terem decidido em resolver tudo á pressa, com facilitismos a mais em certas questões para o que se pedia, acabou por trair uma bela parte do que havia sido estabelecido.

O episódio 12 também não desgostei mas foi tudo muito estabelecido a correr. No fundo, este foi o 1º final da série – o "Epitaph Two", o ep.13 representa o segundo e definitivo final, resolvendo uma outra narrativa no futuro, ainda assim ligada à da temporada que passou.

Neste aspecto, a maior traição/desilusão foi quando se soube quem era o manda-chuva por detrás de tudo isto -parece que não havia mesmo mais ninguém e foi claramente um arranjo aleatório.

Depois a contínua elevação da "Echo" a super-heroína, sem ela ter nada de especial para o ser realmente, quando afinal até a "November" conseguiu atingir no fim algo parecido com a Echo…


O ponto mais negativo que "destilo" de todos os episódios da Dollhouse foi com o seminal "Epitaph Two"… mas que tristeza de episódio no geral!
Depois de o "Epitaph One" (rever aqui a review) ter sido principalmente o que catapultou a série para um nível impressionante, a mostrar um rumo super desejado para uma boa 2ªT (e que ela nunca conseguiu voltar a mostrar, e que na segunda parte o que vimos foi por vezes uma barbaridade sem jeito).

Again: "Did i fall asleep?"

A outra maior desilusão chegou também no "Epitaph Two" ao nos deparamos com a resolução final “cheia de esperteza saloia” com a Echo receber mais o imprint do “amado” e ficar a namorar com ele dentro da sua mente. Que ideia tão sem jeitinho nenhum para os momentos finais, duma série que poderia ter ficado marcada na memória de quem a viu.
O final deveria ter sido algo "To Remember"... e até isso foi estilhaçado.

Shame on you, Joss Whedon and FOX!

To remember Dollhouse...
The end!

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