domingo, 24 de julho de 2011

Cine-critica: X-Men: First Class (2011)

X-Men: First Class
X-Men: O Início
2011


Realização: Matthew Vaughn
Com: James McAvoy, January Jones, Jennifer Lawrence, Kevin Bacon, Michael Fassbender, Rose Byrne, Caleb Landry Jones...

Sinopse: "Antes de se tornarem Professor X e seu arqui-inimigo Magneto, Charles Xavier e Erik Lensherr eram dois jovens que acabavam de descobrir os seus poderes pela primeira vez. Eram, na altura, amigos e companheiros de luta que trabalhavam juntos com outros Mutantes, tentando evitar a maior ameaça que o mundo já enfrentara. É da divergência entre ambos que se dá a cisão que origina a eterna guerra entre Magneto e seus seguidores, e os X-Men do Professor X."




Ora aqui está um superhero-movie bem feito e como manda a lei!
Para um filme que foi desenrrascado em tempo recorde, feito quase à pressão... nem se nota nada. Matthew Vaughn está verdadeiramente de parabéns pois conseguiu levar a bom porto, uma prequela duma saga que tem somente dois dos melhores e mais sumarentos filmes de superheróis. Conseguir ultrapassar isso, estabelecer a conexão ao que já sabemos do X1 (incluindo o XO:Wolverine) mesmo que contendo certas nuances, fazer-nos acreditar que algumas destas personagens são realmente as mesmas já conhecidas mas aqui apenas mais novas (McAvoy e Fassbender, vendem bem a ideia disso) e mesmo assim apresentar algo com sabor verdadeiramente novo... é obra!

Visualmente está muito bom, pois Matthew Vaughn consegue encher o ecrã com uma realização deliciosa e segura e ao mesmo tempo sem destoar do trabalho já feito por Bryan Singer. Há por aqui ideias de cinema, num estilo onde alguns planos surgem muito aproximados e outros bastante distanciados, criando a sensação de imagem maior ou de tela mesmo gigante e noutros casos a sensação de muita grandeza de espaço.


O elenco está de topo para as personagens que mais interessam (que são de importância relevante):
James "Professor X" McAvoy e Michael "Magneto" Fassbender, estão impressionantes. Ambos!
Também sobressaem Rose "Moira" Byrne e Kevin "Shaw" Bacon.
Tudo o que Kevin Bacon faz é um desfile de grandiosidade e percepção de como é um obcecado por uma ideia, compondo um magnifico vilão, onde até a forma dele se movimentar e o uso que dá à sua voz é de grande mérito. Kevin Bacon, como Sebastien Shaw, faz com tudo isso a respectiva passagem de testemunho...
Se Rose Byrne se apresenta aqui em grande forma como agente da CIA Moira (uma inovação aqui pois na BD era uma cientista/genéticista), o mesmo não digo da esquelética January Jones (que parece não se safar tão bem fora da excelente série Mad Men) mas mesmo assim compõe (com push-ups) uma Emma Frost interessante. Quem se apresenta em "grandíssima vistosa boa forma" é a actriz Jennifer Lawrence, sobretudo quando não está em azul... facto que não é de espantar.



Observações...

Este é um filme que respira todo o espirito da Marvel (que é diferente da DC Comics e aqui ironicamente nem sequer foi feito pela Marvel... mas sim pela FOX), pois não só reflete a vertente sócio-cultural nas suas personagens, mas também sabe inseri-las numa realidade (aqui nos anos 60) em comum ao que conhecemos. Incluindo, o falarem as respectivas línguas em cada país e não o "americanizado" em todo o globo.
Neste filme, e tal como em "X-Men 1" apenas se deixou sugerido, conseguiu-se ir muito mais longe ao vergarem o argumento para este relacionar não só a realidade mas engenhosamente dar aos factos desta trama contornos verídicos da história mundial, perante a situação de guerra fria e aos acontecimentos que quase conduziram a uma terceira guerra mundial. Admirável mesmo e isto é uma cartada genial, daquelas que fazem dar ainda mais valor aos superhero-movies.


No mês passado disse o seguinte: "Ver finalmente o Banshee, e com tanto estilo é... o máximo! Só por esta personagem já valeria o filme... mas isto sou eu a dizer."
Digo que a expectativa foi confirmada, pois o Banshee ganhou mesmo vida (apesar de aqui ainda ser muito jovial - interpretado por Caleb Landry Jones) e é um mutante muitissimo útil (tal como era na BD).
Critico negativamente a não presença do Banshee em poster algum deste filme, que é uma maldade que não se faz a uma personagem destas. Uma opção que não percebo sequer.


Também achei imensa graça à forma como nos é apresentado o primeiro uso dos poderes de Havok (Alex Summers no filme - irmão de um X-Men muito conhecido que também lança energia... sim é esse!), pois os "arcos" de energia à volta dele remetem para a forma da máscara que ele usava na BD. Um mero pormenor que gostei de ver.
O Fera poderia ter estado melhor mas escapa...
Depois há imensos cameos interessantes e que ligam aos filmes já existentes, pelo que também achei imensa graça às sucessivas presenças de personagens futuras que se vislumbram quando o o Charles Xavier usa a primeira versão do Cerebro.

Em suma, é um grande filme. Tudo bem feito, cativante, inteligente a saber ao longo do processo expor as personagens e as suas motivações de uma maneira que serve a narrativa (e não uma mera psique de pacotilha), sabe prestar homenagem ao trabalho já feito e em especial ao de Bryan Singer (que só prova o valor que teve na sua adaptação).
É um bom filme do género, dos melhores com os X-Men, que na minha apreciação em termos de valor e qualidade, o coloco até entre o X1 e o X2 (este é uma obra-prima).
Vê-se com gosto e até soube a pouco as duas horas de filme.
Por isso, repetir a dose é uma boa solução...

Classificação:
8/10
(tem um Banshee à maneira... ok, o Magneto aqui é mesmo o maior!)

5 comentários:

Bruno Cunha disse...

Ainda tenho de ver!


Abraço
Frank and Hall's Stuff

ArmPauloFerreira disse...

É um valente filme. Dinâmico e tem um bom argumento. E por acaso é um filme com super-heróis...

David Martins disse...

Como já tenho referido pela blogosfera fora adorei o filme :) Já o vi 3 vezes e mais algumas sequências isoladas bem mais vezes.
Já revi várias vezes a sequência no bar da Argentina. TENSO!
E a banda sonora é muito boa!!!
Subscrevo a critica acima, que menciona pormenores desvalorizados ou ignorados por muitos escribas ;-)
Agora é esperar por uma sequela à altura!

ArmPauloFerreira disse...

Obrigado David por tudo o que referiste!
Se toda a equipa técnica se mantiver vamos ter sequela como deve ser. Acredito!

David Martins disse...

sim, seria óptimo manter a equipa!