
A banda hip-hop De La Soul, foram desde sempre o meu maior ponto de referência do género.
Os De La Soul são apenas 3 tipos, a formação clássica de DJ + 2 MCs, bem dispostos e com um enorme espirito de missão: Trugoy, plug two (nome que revertido resulta "yogurt"), Posdnuos, plug one (outro nome que ao reverter dá "sound sop") e Maseo, o plud three (e nos pratos). Apelidavam-se de plugs devido à ordem com que ligavam os seus microfones.
O registo de estreia...

O álbum de estreia,"
3 Feet High and Rising" (1989), portanto lançado no final dos idos anos 80 onde o hip-hop ainda despontava e procurava a afirmação generalizada e não só apenas das elites "étnicas" que o apreciavam, foi um marco no género e ainda hoje o considero fresco.
Todo o álbum é rico em irreverência sonora, cheio de sons de muitas proveniências num autêntico estado máximo da arte de juntar samples e com eles criar ricas bases sonora que apontavam igualmente em várias direcções e ao mesmo tempo o dotava de alguns momentos intemporais. Ele era hippie flower-power, funky, jazz, festivo e dançável, sério e brincalhão como nunca se tinha visto.
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Say no go"
A destacar faixas soberbas como "The Magic Number", "Change In Speak", "Jenifa Taught Me (Derwin's Revenge)", "A Little Bit Of Soap","Eye Know", "Say No Go", "Me Myself And I", "D.A.I.S.Y. Age" ou "Plug Tunin'".
Um dos factos mais curiosos é ter o conceito de concurso e onde as canções fazem o papel de concorrentes em audição, onde pelo meio se vão passando certas acções, desde o enunciar das regras e dos concorrentes, a uma orgia sexual (em "De La Orgee"), ao apresentarem-se ao show ("Description"), ao afirmarem a sua arte aos restantes participantes (em "Do As De La Does" e "I Can Do Anything (Delacratic)").
É daqueles albuns que não se consegue ficar indiferente e que marcou imenso quem o ouviu na altura, incluindo todos aqueles que nem se identificavam com o rap e a sonoridade hip-hop.
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Me Myself And I"
4 comentários:
Ótimo post!
Em Saturday, o refrão é cantado pela Vinia Mojica. Não entendo pq até hj ela não teve um album solo...
Aproveitando, vc poderia dar algumas dicas de hip hop português? Sei que tem muita coisa boa por aí.
XXXLente post!!!
Os De La Soul eram realmente o melhor que se fazia no hip hop mais dançavel em 1990 e 1991, sendo que o album "De La Soul is Dead" é disso prova!
Priceless ;)
@ Peter Gunn: os álbuns tinham momentos dançáveis mas eram apenas momentos. O que surgia nas pistas de dança eram versões diferentes dos poucos êxitos/hits que tinham mas editados com apelo mais dançavel. O "De La Soul is Dead" não o acho lá muito dançável mas lá que ritmo tem isso é verdade.
@ Rodrigo M. Ramos: Nunca prestei atenção a essa voz...
Quanto ao hip-hop português... bom não é fácil de fazer um apanhado. Até porque há muitas opções de qualidade diversa.
Numa abordagem mais old-school começaria por citar gente como:
- General D (o primeiro rapper a lançar um registo para o mercado - só teve existência na década de 90 e tenho tudo dele)
- Da Weasel (talvez a melhor banda nacional ao vivo e que praticam um som que começou por hip-hop quase puro para algo baseado "hip-poprock")
- Mind Da Gap (a melhor banda de hip-hop puro nacional desde há muitos anos - mais de 10 anos- merecidamente já abordados neste blog (porque sou o fã deles e eles ainda nem tinham lançadao nada e tinha boas conversas com o DJ Serial- ver: http://armpauloferreira.blogspot.com/2008/02/mind-da-gap-de-regresso.html)
- Black Company (deve-se lhes muito e esforçam-se... mas... e regressaram em 2008)
- Boss AC (o mais rápido e cool rapper nacional - já teve a colaboração de De La Soul)
e depois há os novos como o excelente Sam The Kid, Valete, Dealema, etc. Ando afastado da cena actual... deve haver por aí mais malta que conhece melhor que eu este assunto.
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