domingo, 5 de agosto de 2007

Buraka Som Sistema: o novo som de Portugal


Conforme havia prometido em 28 de Julho, no post "Música: Artistas portuguesas reconhecidos pelos grandes americanos", regresso com o destaque merecidíssimo sobre essa muito pouco reconhecida banda portuguesa:
Buraka Som Sistema.

João Barbosa (Lil' John), 27 anos, Rui Pité (Riot), 29, e Andro Carvalho (Conductor), 26, são conhecidos como Buraka Som Sistema, juntam ainda como convidada a voz da angolana Petty de 16 anos.

Os Buraka Som Sistema saltaram do submundo musical lisboeta para os melhores clubes e festivais da Europa. Pelo meio quebraram barreiras e conseguiram o impensável: tornar um ritmo de subúrbio, quase proscrito, em sinónimo de moda e sofisticação.

Acabados de regressar das actuações em dois dos maiores festivais de música da Europa, em Glastonbury (Inglaterra) e Roskilde (Dinamarca), actuaram no recente Festival do Sudoeste (na foto) e anunciam novo disco ainda para este ano.

Citando o site
Bodyspace.net, "parte da nova música contemporânea nasce nas periferias urbanas, nas margens de uma sociedade supostamente pragmática. Nasce de mentes inconformadas com o sistema, e com a conjectura no geral." "É a evocação dos espíritos africanos por parte de uma geração que encontrou nos computadores uma forma de expressar-se. O underground português está vivo, apesar de nem sempre o público aperceber-se disso."
"Começaram por experimentar o palco. Depois veio o estúdio. E entre o tablado onde o espectáculo foi aquecendo e a oficina onde a música tomou forma evidente, os produtores e mentores do Buraka Som Sistema, Riot, Lil’John e Conductor, aperceberam-se do culto que foi nascendo à sua volta. Acabou por ser a curiosidade a atrair a atenção do público para um determinado movimento underground, o dos Buraka Som Sistema."

Citando a revista Visão, "foi, por exemplo, através do site MySpace que chegaram a nomes como o americano Diplo ou os ingleses Sinden e Switch, três dos mais importantes DJ da actualidade, na área das músicas de periferia, de quem se tornaram próximos. Por intermédio deles, foram convidados para actuar no Fabric, um dos mais famosos clubes londrinos, onde os Buraka puseram uma multidão a dançar de cócoras.

Curiosamente, o primeiro concerto no estrangeiro foi em Estocolmo, na fria Suécia. «A sala tinha capacidade para 150 pessoas e estava completamente lotada», recorda Lil' John. Mesmo sem entenderem uma única palavra, «foi uma festa». «Gostam pelo beat. Há sempre uma reacção em crescendo. Primeiro estranham, mas depois entram na onda.»

Paris, Londres, Berna e Groningen foram as cidades seguintes. Já este Verão, no festival Exit, na Sérvia, foram surpreendidos por um grupo de portugueses, «com a bandeira nacional», a dançar na fila da frente. Mas a maior surpresa aconteceu na Dinamarca, no megafestival de Roskilde. «Estavam mais de 6 mil pessoas, totalmente eufóricas, à nossa espera. Por um momento, até pensámos que o público se tinha enganado na tenda e estava ali à espera de outro artista qualquer», conta Riot."

"From Buraka to the World", o título do disco (EP) de estreia, de 2006 e reeditado em 2007 com duas faixas extra, era premonitório do sucesso que estaria para vir, mas ninguém, nem mesmo os próprios, esperavam que fosse realmente assim. Pelo menos tão rapidamente.
"From Buraka to the World", é um disco de dança com influências no kuduro à mistura com o tecno e house. Faz a ponte entre a cultura africana e a portuguesa, piscando o olho ao que melhor se faz no mundo da dança. Quando ouvi este album, senti uma enorme sensação de frescura em termos de música de dança e recordou-me a mesma sensação que senti ao ouvir "Dig Your Own Hole" dos Chemical Brothers em 1997.
Tem um inicio que faz lembrar os sons tribais e algum samba, que depois nos transporta para o som deles. É de destacar os temas "Buraka Entra!", "Yah!", "Com Respeito" e "Wawaba".
Este último tema que destaco, foi refeito (versão 1.8) pois tem o refrão mais acentuado, tem videoclip e anda a passar na MTV e pode ser visto via YouTube aqui.



Os Buraka Som Sistema, têm sido convidados por diversas bandas para fazerem remisturas das suas músicas.
Para os brasileiros Bonde do Role na remix que fizeram ao tema “Gasolina” e também para os portugueses Da Weasel em "Dialetos De Ternura" do recente álbum "Amor, Escarnio E Maldizer".

Petty foi convidada por Conductor e durante o último ano, pela sua enérgica presença em palco tornou-se numa das imagens de marca do projecto, apesar da sua condição de convidada e (com muita pena) já está de saída, pois pela sua juventude (tem ainda 16 anos) tem de continuar os estudos escolares.
Tem de ser...


Perceba melhor esta banda consultando estes links:
Consultar o espaço dos BSS no MySpace
Veja fotos da actuação no Festival Sudoeste
Veja a actuação no programa dos Gato Fedorento

Agora que já os conhece, o que acha dos Buraka Som Sistema?
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Fontes que basearam esta publicação: revista Blitz, revista Visão, Bodyspace.net


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