sábado, 6 de junho de 2009

Música da Semana: o essencial de Jean Michel Jarre

Se há artista que encarna a essência da música electrónica old-school, é Jean Michel Jarre.

Este francês tem uma vasta obra pontuada por vários albúns conceptuais geniais. Pode-se dizer que desde a segunda metade da década de 70 até inícios da década de 90, não tem qualquer momento fraco e que teve o seu auge em toda a década de 80. Depois desse tempo já não se pode dizer o mesmo (apesar de gostar muito do Chronologie e de adorar o Oxygene 7-13).
Tudo porque concebeu um reportório electrónico como se de obras de música clássica se tratassem, só que concebidas com orgãos, sintetizadores, computadores, samples, etc. Cada álbum era desenvolvido como vários andamentos em torno de um mesmo conceito, fazendo com que as faixas tivessem sucessão e encadeamentos umas nas outras. Assim sem surpresa encontramos, por exemplo, em Oxygene as faixas com nomes como Oxygene 1, Oxygene 2, Oxygene 3, Oxygene 4 e por aí em diante.

Jean Michel Jarre já havia lançado nos idos anos 80 a colectânea "Images", que funciona entre um best of e um repositório de algumas poucas raridades. Na verdade "Images" procurou mais ser algo dele presente no mercado para vender na fase de estado de graça nos tempos do "Rendez-vous".

Ora se há disco dele que consegue satisfatóriamente dar uma boa imagem de tudo de bom que fez é o seu best of de 2004, correctamente entitulado de:

The Essential Jean Michel Jarre


Nele se pode encontrar tudo o que se reconhece da sua obra, conseguindo abordar practicamente todos os álbuns que fez. Contém mesmo todos os bons momentos, não faltando temas chave como "Oxygene Part 2", "Equinoxe Part 4", "Souvenir de Chine", "Quatrième Rendez-Vous" ou "Ethnicolor 1". Contém ainda hits mais tardios como "Chronologie Part 4", "Oxygene Part 8" ou "C'est La Vie" (este último já da fase pop e cantado, aqui nesta faixa com a participação de Natacha Atlas).

Depois deste "The Essential", ele ainda lançou uma outra colectânea pouco sui generis, o interessante "Aero", que tinha como missão trazer o som e as paisagens sonoras e cósmicas de Jarre em som surround 5.1. Nesta edição a maioria dos temas foi refeito e re-interpretados, soando instrumentalmente diferente dos originais. Assim resta apenas a "The Essential" cumprir o papel de cartão de visita para o mundo de Jean Michel Jarre. E sinceramente, nos dias de hoje, cumpre excelentemente essa missão e até com mérito. Afinal é apenas um disco best of mas quando uma reunião de temas é toda deste alto nível... torna-se altamente recomendado.

Deixo-vos com aquele que sempre considerei o seu mais encantador tema...

Souvenir de Chine


3 comentários:

Nuno Pereira disse...

Muito bom, tive uma epoca na minha juventude que ouvia e ouvia jean Michael Jarre, x e x sem conta!!!

Isto tudo no final da decada de 80... nos tempos de escola!!!

Carlos Martins disse...

E eu lá estive no Coliseu quando ele cá veio. :)

ArmPauloFerreira disse...

Jean Michel Jarre é o maior.
E é uma das provas que andamos a ficar cotas... já são poucos os que ouvem a obra dele com admiração.

@Carlos Martins: Não fui a esse e nem tenho ido a nenhuns até (Portishead, Tindersticks, jean Michel jarre, etc... tenho falhado tudo -quando há filhos pequenos quase que entramos em modo automático de recusas)

Entretanto, quando me vier a vontade farei um novo post com um olhar mais critico sobre a obra dele: os albuns e não as colectâneas. Um dia lá mais para a fente...