Este artigo é a minha visão pessoal desta vertente cinéfila, pois eu costumo até achar que os filmes baseados em super-heróis BD têm dois grandes momentos de elevação.
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Nos dias de hoje, não deixo de ver nele tudo aquilo que compõem as ideias visuais e argumentativas nos filmes de super-heróis. Alguém que é muito poderoso, com super-habilidades que as usa em prol dos indefesos, cujas ameaças em seu redor conduzem a ter de fazer de tudo para salvar o mundo.
Usou com habilidade o conceito da dupla identidade, onde tem uma ocupação/emprego normal e a eterna aplicação do interesse amoroso sempre presente (ou em apuros).
Visualmente, usou efeitos especiais avançados para o consumo normal do seu tempo para nos dar a fé e escapismo de que a fantasia é real. Tons vistosos (nas roupas, trajes, etc), na maioria das cenas a acção acontece durante o dia e serve-se de uma ou outra personagem cómica para aliviar e entreter. Teve uma sequela ainda melhor (o que custa é fazer o primeiro) mas outras tantas vergonhosas que nada abonaram ao Super-homem (excepto, o Superm Returns - cuja cronologia renuncia a existência de Superman 3 e 4)
Este filme é o "avô" dos bons filmes baseados em BD pois deu uma abordagem séria e com ideias de cinema.
Um clássico absoluto!
Não será à toa que nos tempos mais modernos, filmes como os do Spider-man, Quarteto Fantástico, Hulk, têm alguma ligação ás premissas evidenciadas neste.
Não será à toa que nos tempos mais modernos, filmes como os do Spider-man, Quarteto Fantástico, Hulk, têm alguma ligação ás premissas evidenciadas neste.
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Na altura foi um filme único e distinto de tudo o que se conhecia deste género. Não só revitalizou o interesse no género, dando-lhe credibilidade (que os filmes da BD não tinham) como mostrou que poderiam ser abordados de maneiras diferentes que as ideias cómicas e exageradamente heróicas que existiam até então. Burton "inaugurou" a abordagem em tom negro a estas personagens mas mais importante também foi a importância dada à psicologia destas personagens. No fundo, o que Burton nos deu (principalmente na sequela) foi uma nova dualidade, de que todos nós poderemos ter facilmente um lado negro, sendo que o importante é a resposta a dar perante as adversidades que a vida conduziu cada um. Nos dois Batman de Tim Burton, todos foram injustiçados, deu ainda o primeiro vislumbre de que o heroi e o vilão podem até ser parecidos, terem razões semelhantes, que há sempre esperança dentro de cada um, apesar de todos perseguirem algum objectivo intimo e pessoal para obterem a sua redenção.
Este considero-o já como o "pai" dos filmes com super-heróis. Nada mais foi o mesmo depois dele.
Basta constatar, porr tudo o que saiu depois deste Batman em 1989: Blade, Spawn, X-Men, DareDevil, etc... e muitos mais filmes de acção provenientes da BD.
Por fim, um outro grande detalhe, que não deve ser ignorado: este super-herói é uma pessoa comum, sem super-poderes, mas cujas habilidades, arsenal e objectivos o fazem figurar acima dos comuns mortais. Não é á toa, que muitos anos depois, o "Iron man" teve um bom desempenho (apesar de a abordagem ser algo oposta e sem o dark side, continua a ser simplesmente uma pessoa comum com alta-tecnologia ao seu serviço).
Depois destas duas fases surgiria uma outra terceira influência indirecta, e muito modificadora da forma de encarar estes filmes:
"The Matrix", o improvável e um não-BD.
Neste estilo, é o filme mais bem feito de sempre com um universo em sintonia com o dos super-heróis mas sem na verdade ter origem numa BD (esteve inicialmente para ser uma BD mas acabou por ser o storyboard do filme)
O Matrix, além de ter dado muito foco no conceito do "the one", o tal ou o salvador, fê-lo com o mesmo desenvolvimento dos super-heróis, com o seguimento do path-of-the-hero (a jornada do héroi) e duma maneira tão poderosamente visual, com um argumento tão intrincado e filosófico, que obviamente, muitas das novas produções que se seguiriam teriam de ter algum deste appeal.
Um dos factos novos, é a aplicação de vestimentas com longos casacos, sobretudos ou gabardines, que simulam o aspecto da capa dos super-heróis. As lutas em artes-marciais, acrobacias, os slow-motions, a rotação a 360º, o uso do CGI, ajudaram a colocar em cena os imensos detalhes que só na BD existem e são notórios (por várias sequências de desenhos). Maravilhou o mundo e na minha opinião tem todo o mérito em figurar neste artigo porque é uma influência moderna e real.
Depois destes todos só nasceram "filhinhos"... aos quais se foram adicionando outras componentes desviantes. É o caso dos Batman de Christopher Nolan, onde o realizador abordou-os com uma nova hiper-realidade, onde as personagens são fruto de motivações que os eventos da vida lhes desviaram de terem vidas normais, confrontando medos e onde os actos provocam outros actos mais fortes.
Numa outra vertente, vimos os mutantes dos X-Men (de Bryan Singer) serem abordados mais como freaks e com dilemas, do que gente super.
Numa outra vertente, vimos os mutantes dos X-Men (de Bryan Singer) serem abordados mais como freaks e com dilemas, do que gente super.
A verdade, é que de filmes ignorados e sem potencial, passaram os super-heróis a ser anualmente dos filmes de maior entretenimento e alcançando o estatuto de puros blockbusters.
Na actualidade, a Marvel e DC Comics têm na bagagem novas concretizações, que são as equipas de muitos super-heróis juntos. Mas acredito que o futuro, será levar personagens BD a abordagens mais brutais e a empregarem mais fortemente os conceitos dúbios da personalidade distorcida dos super-heróis (os quase vilões). O "The Dark Knight" já colocou para futuros avanços os níveis nesse aspecto, pelo que nos falta ver o que esse futuro nos reserva. E recentemente já se vislumbraram desvios interessantes como os manifestados no "Kick-Ass" por exemplo.
Venham eles todos!
Este artigo é um spin-off de um outro já publicado neste espaço.
5 comentários:
Não há dúvida que o Batman de Tim Burton é único. Os ambientes lúgubres, as personagens doentias e o humor escondido ficaram-se pelos dois primeiros filmes da saga. Ao fim e ao cabo, pertencem ao imaginário de Burton (com particularidades que poderemos encontrar noutros trabalhos seus).
Até breve!
Um bom texto. Penso que o Super-Homem foi o que mais influenciou mas sem dúvida que Batman e Matrix tiveram o seu poder a par de Stargate e Star Trek que muito influenciou o mundo sci-fi e de adaptações BD.
Abraço
Cinema as my World
Superman é mesmo o filme de super-heróis.
Abraço e continua com artigos de super-heróis que esmiúças bem isso.
http://vidadosmeusfilmes.blogspot.com/
Super-Homen sim.... esse é mesmo um grande clássico, e dos bons!
Não posso é concordar com o Batman do Burton... alias nunca vi nada de positivo nesse filme.
Sempre achei que o Burton é um cineastra muito particular, que faz filmes ao seu gosto muito próprio. E no Batman devia ter deixado isso de lado e aproximar o filme da BD ainda mais.
Mas isto também é uma opinião minha, eu que desconhecia e "detestava" o Batman até ao ano de 2005 (embora antes tenha visto animação, filmes dos anos 60 e Batmans do Burton!!!)
Ainda bem que todos apreciaram o artigo. No fundo expandi algo que já havia feito há bastante tempo mas que desta vez completei mais um pouco.
Obrigado a todos!
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