Bibó Puorto campiãoãe, carago!!! (parte 2)

(continuação da 1ª parte)

Terceiro acto (observações):

O Porto é tetra-campeão mas fica a sensação de que sabe a pouco, como se fosse um feito muito fácil para a capacidade do clube (internamente).

Esta época desde que foi o 1º, que não houve outro 1º que não a equipa azul-e-branca, portanto um desfecho que já se contava. É campeão e o campeonato ainda nem sequer acabou.

O facto de novidade desta época é ter dado mais um título novo a Portugal: o primeiro treinador português tri-campeão.

O Jesualdo Ferreira tem de estar vaidoso por semelhante pergaminho. Afinal de contas, um mal-amado por uma grande parte da nação portista, que vem de onde vem e sem nunca ter ganho nada, mal chega aos domínios do Dragão que passa ininterruptamente a ganhar os títulos que sempre sonhou.

Será Jesualdo assim tão bom treinador, para ganhar de rajada 3 campeonatos seguidos?

Sim... e não...

Antes dele já tinha acontecido o mesmo ao holandês. Nunca tinha ganho absolutamente nada e em apenas um ano no Porto passa a ganhar títulos. Acredito que se tivesse ficado teria continuado neste hábito de ganhar.

É quase como se até um qualquer toco de vassoura que dê para usar gravata pode vir a ser campeão...

Isto leva a pensar algo mais profundo:

Então sendo assim, qualquer um pode ser um treinador campeão, se estiver no FCP?

Também não!

É preciso que também seja um bom treinador suficiente para a realidade interna. O professor Jesualdo Ferreira é um bom treinador. A descrença nele é gerada pela sensação que o FC Porto deveria de ter um treinador ainda melhor que Jesualdo. Portanto muito mais que apenas bom. Lá está: o tal nível de exigência da massa portista.

Para mim, Jesualdo geriu muito bem todo este tempo no FCP. Começou por pouco alterar aquilo que a equipa já era, a tal equipa construída pelo holandês e passou a reforçá-la. Ao segundo ano fez as modificações na equipa mas sem radicalidades. Ao terceiro ano, fê-la evoluir e especialmente colmatou aquilo que seria um desatre ao ter ausentes dois pilares de impacto na equipa (Quaresma e P. Assunção são dois exemplos maiores). E colmatou com novas identidades onde não se vislumbrava categoria para tanto.

Hulk, Fernando, o "Cebola" e mais alguns aprenderam muito com este professor. Mas a força da conquista do tetra não me parece só estar na equipa azul que entra em campo...

A realidade é que a força do FCP está no clube, na forma como se organiza e em toda a sua estrutura.

Na forma como faz vestir a camisola aos jogadores que tem e aos novos que chegam ao clube.


No FCP, todos vivem para uma mesma missão: ganhar!

As vezes que não ganhou o campeonato foram aquelas em que toda a estrutura do clube não se encontrava muito bem e onde essa tal missão não estava assimilada. Esse facto e a constatação que os clubes principais que concorrem ao título não se encontrarem saudáveis e competitivos, fazem quase automaticamente do FC Porto o habitual campeão nacional.

Eu gostava que os restantes clubes dessem um replica mais pujante ao FCP, que fizessem o dragão deitar mais labareda. Ficar mais agressivo e ferozmente competitivo.

Quando isso suceder, o FCP vai ganhar na mesma o campeonato nacional mas aí estará em condições para ganhar também lá fora. Estará mais competitivo para o exterior, que é onde tem tido presença recorrente e com títulos ganhos. Mas tem de renovar esses títulos também.

Lá "fora" é o desafio pois cá dentro e a continuar assim como tem sido, já imaginamos como vai acabar a procissão para o ano que vem. E cá estaremos! Se possível a comemorar o 2º penta (um novo feito) e a caminhar para um outro feito ainda maior: o hexacampeonato.

Bibó Puorto, carago!!! Biba...

Cartoons de Jesualdo Ferreira e Pinto da Costa, do blog HenriCartoon.

Foto do Dragão do artigo no Aventar "Dragão em fúria"