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Estamos de novo perante a sonoridade jazz e o termo que uso para designar esta corrente é o neo-jazz, que pela versão de Nicola Conte significa um jazz refrescante, luminoso, com muito swing, abordagens à bossa-nova, as discretas pinceladas eletrónicas, tudo agitado num imenso requinte e extremo bom gosto tão habitual deste músico-DJ-produtor italiano.
Depois do magnifico "Other Directions" (2004), escutar este "Rituals" parecerá mais um sucedâneo do álbum de 2004. Em boa verdade até é mesmo...
"Rituals" traz-nos um punhado de canções ao bom estilo do seu antecessor, e o álbum vai-se desenrolando da mesma forma até, contudo o que se pressente aqui é uma maior abertura para os momentos festivos, que aumentam vida à audição, facto que lhe confere uma brisa lounge que a própria capa do disco já induzia.
É um bom álbum, que aparenta ser uma coisa e depois com o à vontade de ser já bem conhecido, ele se vai revelando menos imediato do que a inicio dava a entender, onde as suas diversas camadas criadas pelos diversos instrumentos se libertam e nos conduzem a vários momentos ainda mais admiráveis (para introspectivos até). Tocante!
Por falar em instrumentos, devo desde já refrir que os de sopro são mesmo um crime de tão bons, que sempre bem acompanhados pela percussão em surdina num todo conduzido pelo baixo... xiça é demais.
A cereja no topo do bolo é a colaboração (vocalização) de José James em várias faixas (algumas das melhores até).
"Rituals" não é um álbum tão avassalador ou tão deslumbrante como o "Other Directions" mas é apaixonante e desfila classe por todo o lado. A destacar faixas como "Karma flower", "Like leaves in the wind", "Awakening", "Paper clouds", "I see all shades of you", "Song for the seasons", "Black is the graceful veil" e a longa quase jam-session "Rituals".
Like Leaves In The Wind (feat. José James)
Como estas coisas andam interligadas, numa próxima chegará a vez do impressionante José James mas antes dele talvez escreva sobre outros projectos de neo-jazz. Stay tunned!
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