É a realidade mesmo. O mês de Junho de 2010 deve estar a ser um terror para as entidades patronais. Muitos feriados semanalmente, aos quais ainda se juntam as famosas pontes laborais (mini-férias)... e no meio de tudo isto o ritmo de produção tem de cair obviamente. Falo por mim, pois depois de 4 dias seguidos em casa, regressar à Segunda é de outro mundo... e isto a suceder em 3 semanas do mês (é que vem aí o "nosso" rico S.João também)!
Juntemos a toda esta situação, a actual louca euforia pela actual composição da selecção nacional e o facto de os jogos se realizarem em momentos laborais... e o cocktail é perigoso.
Noutros tempos vibrava-se fortemente mas parecíamos muito mais realistas e não contávamos com finais de torneios. Se conseguíssemos "ganhar a alguns grandes" era grande mérito e orgulho. A euforia era depois pelas vitórias e não loucamente antes por especulação.
Em comparação, teria sido totalmente mais merecida esta euforia mas há uns 20 a 10 anos atrás, quando tínhamos gente à séria da bola no seu melhor. Jogadores que verdadeiramente representavam o melhor do Portugal da bolinha redonda, tais como Paulo Sousa, Fernando Couto, Jorge Costa, João Pinto, Vitor Baía, Nuno Gomes, Domingos, Futre, Rui Costa, Dimas, Rui Jorge, Secretário, Peixe, Vidigal, etc, etc, etc. Saíram este nomes assim de repente mas mais se juntariam com mérito. Reparemos que todos são verdadeiros bravos do futebol jogado com bola... e não com o marketing desportivo especulativo.
Olho para a actual selecção nacional, comandada pelo Carlos Queirós, que representa um intrigante paradoxo, pois ele é um dos "construtores" da geração de ouro, e quem deixou a nova fornada de talentos a trajar vermelho e verde de garantia futura. E forma mesmo!
Queirós é um paradoxo porque no actual estado das coisas parece ter feito tudo o que a selecção deveria evitar ver lhe acontecer. mau apuramento, má equipa ou ausência de uma equipa coesa, os jogadores parecem não saber que missões têm de cumprir, convocatórias alucinantes (cada vez mais ao serviço dos patrocínios), o enaltecer das vedetas-a alimentação da alienação da realidade e não o da crueza dos factos (que conduzem a esta louca euforia desmedida sem razão alguma quando a equipa até só revela provas de mau futebol).
O primeiro jogo de Portugal neste Mundial FIFA 2010 em Àfrica do Sul, resultou num empate a zero com a Costa do Marfim. Não fiquei espantado porque se até aqui não existia uma máquina funcional e previamente rotinada para vencer (como faz a Alemanha por exemplo)... o que se esperaria então?
Que vamos chegar facilmente à final e ganhar como se nada fosse?
Tudo é subjectivo no futebol mas a verdade é que esta manta-de-retalhos que é a selecção, não ganha nada e o pais ainda perde imenso.
4 comentários:
Boas,
tens toda a razão.
Hoje em dia vivemos os jogos do grupo como se fosse a final, tudo para que a Sagres possa vender cerveja e a Galp vuvuzelas.
E isto faria todo o sentido se a selecção jogasse bom futebol ... ou pelo menos ganhasse. Mas como os patrocinadores sabem que nós podemos nem passar do grupo, fazem o marketing todo agora.
Eu ainda sou do tempo em que só se começava a festejar a partir dos oitavos-de-final :)
Mas também sou daqueles que acredito que passaremos no grupo.
Grande abraço.
http://vidadosmeusfilmes.blogspot.com/
É verdade. O marketing é despropositado e cria um hype em redor de uma selecção que vai sofrer para conseguir passar da fase de grupos e nós ainda esperamos que chegue à meia-final? Pois o objectivo de Queiróz e Ronaldo é chegarem às meia-finais e não à final mas, por outro lado, mais valia dizerem que o objectivo era passarem em segundo no grupo e fazerem a maior festa possível...
Abraço
Cinema as my World
Totalmente de acordo, em termos de futebol jogado, a nossa seleção é uma miséria. E as seleções que a tinham como excelente, só por causa dos valores individuais, estão depressa a perceber a verdade...
É o estado a que tudo chegou. Enalteceu-se em demasia e de razoável selecção passamos a astros, à custa de tão forte marketing.
Os resultados?
Que interessa isso se podemos fazer a festa muito antes... e se até se ganhar um joguito é segunda festa logo a seguir. Tugas mesmo. Somos todos tugas realmente. Mas anda me a incomodar toda esta euforia sem razão.
Se pensarmos que não se faz festa nenhuma às modalidades que realmente conseguem trazer vitórias, troféus e medalhas a Portugal... isto tudo ainda fica mais deprimente!
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