Nesta altura já não é nenhuma novidade, pois foi mais que publicitado nas redes sociais mas entendo que merece umas linhas do meu apreço a este projecto. Parafraseaando as palavras da capa da única edição: na hora da verdade, viu-se perdida.
O comunicado saiu em meados de Maio, no site desta publicação:
"Caros amigos,
A revista tvPRIME, na sua versão impressa, está suspensa.
Infelizmente, as vendas em banca não foram suficientes para superar a falta de apoio comercial, demonstrado por todos os agentes ligados à indústria da televisão e cinema. Desta forma, a versão impressa será suspensa e o modelo reformulado.
Àqueles que nos apoiam e seguem desde o primeiro momento, fica a certeza que iremos dar continuidade ao projecto na sua versão digital (website, facebook e twitter), onde continuamos a contar com o vosso apoio, entusiasmo e colaboração.
Assim que tenhamos novidades, sobre esta reformulação da versão impressa e/ou o desenvolvimento de novos formatos, serão os primeiros a saber!
Abraço,
Marco António Reis | Director"
TvPrime
É uma pena um projecto assim não singrar no nosso mercado mas me parece que uma publicação de dedicação apenas total a séries de TV... é algo que ainda não é encarado pelo público como algo que lhes contribua muito.
Além dos canais dedicados na tv por cabo e como não se encontra produção nacional a esse nível também tem ajudado a não se compreender a diferença de um seriado para uma novela.
Apesar de este assunto "séries" ser algo com uma base de fãs grande, a verdade é que cada um segue apenas os seus próprios nichos de temas de interesse e depois se informa e os debate on-line. É por aí que não me deu a sensação se um total sucesso para a TVPrime realmente aconteceria... mas estava torcer totalmente.
Eu comprei a primeira edição, gostei muito do que lá se encontra (foi ávidamente consumida aqui pelo je), divulguei-a aqui neste meu espaço (para ajudar) e esperava vê-la evoluir.
Ainda bem que a capa foi dedicada a Lost pois assim a revista ficou associada à melhor série televisiva dos últimos tempos. Não deixa de ser curioso que, tal como muitas séries, a revista não passou do episódio "piloto".
Sinto assim pena de não permanecer mais tempo entre nós.
Resumidamente, é triste.
Quanto ao sucesso de uma publicação... no meu entender, é na fusão de vários temas (e interligados entre si) que alimentará o interesse de vários públicos e por aí o target comercial crescerá de interesse para a publicidade. E depois um preço certo nas bancas também ajuda (a TVPrime pedia algo já forçado...).
Esperemos que possam dar uma vida nova á revista como uma publicação on-line (com os devidos ajustes), tal como faz a Take por exemplo. E uma vez que existe a colaboração do blog TVDependente, artigos não faltarão...
4 comentários:
Também comprei o primeiro número e surpreendeu-me pela positiva.
Não consigo perceber como não há espaço para este tipo de revistas em Portugal.
Como também não percebo a razão porque a Take ainda não está em papel e a Premiere se arrasta.
Mas quem manda é quem manda.
E nada podemos fazer contra.
Julgo que a TV Prime vai ter muita dificuldade em voltar a ser revista.
Agora uma coisa é bem verdade, o preço a que as revistas são vendidas em Portugal é assustador.
Veja-se a Premiere francesa, custa 2,90€ e por vezes oferece DVDs com a revista. O ordenado mínimo lá é 1056€ por mês. É fazer as contas. Para que tivéssemos a mesma relação ordenado/revista, em Portugal a Premiere deveria ser 1,47€.
Parece-me que em Portugal só quem mora na Quinta da Marinha é que pode comprar revistas.
Abraço.
http://vidadosmeusfilmes.blogspot.com/
Também não entendo. É uma situação frustrante. Mas é algo global. Basta olhar para o estado das revistas de cinema norte-americanas comparadas com as britânicas...
O problema é que não sei se há em Portugal suficiente massa crítica de consumidores para financiar vários projectos (em papel) nestas áreas culturais.
O segmento das revistas de livros é aquele que eu conheço melhorzinho: a "Os Meus Livros" já faleceu (e felizmente, como Lázaro, acabou por ressuscitar) um par de vezes; o Jornal de Letras e a Ler são publicações financiadas por grupos editoriais. Outros projectos que aparecem têm sido coisas fugazes ou pouco mais ambiciosas na distribuição do que fanzines.
Além disso, penso que a maior parte das revistas feitas em Portugal não é facilmente exportável, desde logo por causa da língua. Uma publicação em inglês ou mesmo em francês com mais facilidade entra num mercado externo ao país de origem - aí se amortizando melhor os custos da produção física.
Já agora, Bruno, um pequeno comentário à tua frase "Parece-me que em Portugal só quem mora na Quinta da Marinha é que pode comprar revistas". :-) A verdade é que eu tenho um casal de clientes que mora na Quinta da Marinha e ambos fartam-se de imprimir tralha das edições online. Ambos consideraram o esforço de comprar todas as publicações em papel pouco justificável.
Foi pena realmente a TVPrime não se aguentar mas foi o que me pareceu quando apreciei a revista.
Primeiro o preço era forte demais para conquistar curiosos e depois ao dedicar-se somente a séries unicamente, também trairia os consumidores de outros conteúdos de TV, que a estes assumidamente pareciam querer ignorar.
Mas realmente, tal como o Bruno recordou, estamos num país onde tudo custa demasiado perante tão fraco nível financeiro geral.
O mercado está cada vez mais apertado para as publicações dedicadas a nichos e o problema não é, tal como o Zigtai menciona, só nacional.
Penso que, e concordando com o João, que seria interessante ver a saída de mais números mas gratuitamente pela via on-line. Afinal, a TVPrime tinha o apoio do blog TVDependente (que até disseram que tinham vários artigos prontos que não viram a luz do dia...). Se fizerem como faz a revista on-line Take, acredito que muita gente apreciará a TvPrime. É uma ideia muito possível...
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