quinta-feira, 7 de abril de 2011

Balança desequilibrada...


O cenário nacional está cinzento... mas nos últimos tempos tenho assistido ao despontar de greves.
As greves são uma forma de se manisfestar contra as injustiças e pedir melhores condições perante uma situação desfavorável.
No entanto, a respeito de um artigo publicado no jornal SOL sobre a greve dos maquinistas da CP, (ver em "Há maquinistas que ganham 50 mil euros") parece que neste caso também também assistimos a uma greves onde os burgueses querem é afinal ainda mais...

"De acordo com a folha salarial da CP a que o SOL teve acesso, um inspector-chefe de tracção recebe 52,3 mil euros, há maquinistas com salários superiores a 40 mil euros e operadores de revisão e venda com remunerações que ultrapassam os 30 mil euros por ano.
«Só por se apresentar ao trabalho, cada maquinista recebe mais de seis euros por dia, devido ao subsídio de assiduidade».
«O tempo médio de escala dos maquinistas é de oito horas por dia, num total de 40 horas semanais. Mas, em média, o tempo de condução está entre as três e as quatro horas diárias»"

Portanto, trabalhar na CP é uma profissão de luxo! Foi uma conclusão a que se chegou no "Bancada de Imprensa" e acho que qualquer a reitera e já não falarmos dos escandalosos ordenados...
Quantos de nós não gostaríamos também de ter também um subsidio de 6€ só por comparecer ao trabalho?


Pois é... e depois o Estado e o (des)governo do Sócrates faz que não saiba onde ir buscar o dinheiro.
O novo riquismo em Portugal dos últimos anos, fez com que muitos estejam demasiado bem e precipitam outros para as dificuldades. No fundo, quando temos sectores empresariais a conquistarem excessivos lucros anualmente (normalmente ainda mais que no ano anterior) algo está errado e em cada vez maior desequilibrio.

Basta-nos constatar os resultados dos sectores chaves, na ordem das centenas de milhões de lucros: banca, combustíveis, energia, comunicações... fazendo com que o grosso do rendimento do país fique sempre nos mesmo donos (e de alguém esses enormes proveitos têm saído).
O Governo não tem neste momento falta de milhões de euros? Bastaria ficar com os lucros destes sectores e dar fim ás fundações e aos montes de empresas públicas obscuras que estaríamos bem melhor e nem haveria a crise política e orçamental do momento actual.

São os excessivamente favorecidos quem tem levado o país ao ponto a que ele chegou. Existem empregos milionários e quando as crises chegam não são esses quem a sente verdadeiramente. Eu penso que se auferissem ordenados na ordem de 3 ordenados minimos já seria bem bom. Mas vários milhares ou várias dezenas de milhares... é demais e ofensivo?

Há famílias, cujos ordenados juntos nem chegam a isso (a pelo menos uns 3 ordenados mínimos) e têm na mesma de conseguir viver e ter as suas coisinhas em dia. Gente que tendo o que têm, continuam a ter de enfrentar as contas de todos os meses, sem as regalias e luxos pagos (como nos empregos públicos e especialmente nos altos cargos), são normalmente os mais atacados pelas decisões governamentais. No fundo, é a classe laboral mais desfavorecida aquela que se vê sempre sujeita a aguentar com as decisões difíceis. São aqueles que não podem escapar das malhas do Estado social. São estes o nosso povo e ao qual pertenço.

Quando os politicos, notáveis da sociedade, comentadores e outros falam sobre o povo... sabemos bem que não pertencem a esse mesmo povo.
Aumentos do IVA, dos transportes, da gasolina, impostos por todo o lado... serão sempre mais sentidos por quem menos tem. Depois aliemos o facto de a sociedade nos orientar para termos certas coisas e serviços... porque no fundo hoje em dia a pobreza verdadeira é nada disso ter. Telemóveis, computadores, serviços tv, internet, vestuário, carro, a casa que é do banco ou alugada (com os compromissos inerentes: luz, gas, água), etc, etc...
É uma vida dificil e o pais está a descambar porque os desiquilibrios são cada vez maiores e recordemos sempre o símbolo da justiça: uma balança.

E ela está muito inclinada, criando um mundo cada vez mais imperfeito. O certo é que estamos todos na merda mas uns bem mais que os outros.
Eu e cada um que o diga por si...

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