quinta-feira, 11 de março de 2010

Cretino... como sempre!

Ao seu bom estilo, Jorge Jesus lançou para o ar o resultado que mais desejaria ter no jogo europeu. Porém, até aqui nada disto seria relevante não fosse ele ter desejado um muito peculiar 5-0 e se começar a rir em tom de gozo...


Toda a nação portista percebe bem esta "subtileza".

Uma vez um treinador, o Manuel Machado, perante este badalhoco, chamou-o e bem de "Cretino".
Estava totalmente certo!



Agora, imaginemos se o FCPorto tivesse um bom treinador e daqueles que sabem falar também (dizer uns achaques á maneira). Poderia ser que este também desejasse por exemplo para um próximo jogo, um bem mais expressivo resultado de 7 golos... assim... à laia do Celta de Vigo.

Enfim, cretinisses!

5 comentários:

Rui Francisco Pereira disse...

Subsiscrição total.
Esse bruxo desse Jorge Jesus tem é de ir para a fogueira..

Cumprimentos ;)

ArmPauloFerreira disse...

Ao menos a ambição dele dos 5-0 ficou-se pelo empate a 1...

Costumo dizer que no mundo do futebol competitivo, a arrogância de se afirmar como o melhor de todos é sempre positiva e cria uma certa "movida" em torno disso.
O Jorge Jesus é arrogante positivamente mas é também muito badalhoco e deselegante na forma como lança as suas "farpas" e é por aí que ele perde imenso.

Rui Francisco Pereira disse...

Não creio.

Auto-confiança e competitividade são uma coisa.

Arrogância e exibicionismo são outra.

O Jesus não é humilde, e devia, e eu não suporto isso.

Abraço!

João Sousa disse...

Há já alguns anos, num jogo da NBA, uma das equpas tinha conquistado na primeira parte uma vantagem superior a vinte pontos e limitara-se a mantê-la nas restantes três. Nos últimos segundos, já com ambas constituídas pelos habituais suplentes e suplentes de suplentes, os jogadores da equipa vencedora fazem um contra-ataque rápido e terminam com um afundanço. Pois os microfones apanham, depois do jogo terminar, o seu treinador a dar-lhes um irritadíssimo sermão. Porquê? Porque, gritava ele, os jogadores não têm o direito de aumentar a humilhação dos seus adversários - era uma questão de carácter.

Há ainda mais anos, num jogo de râguebi, a selecção visitante tinha dado uma valente tareia na anfitriã. Era uma diferença de pontos inimaginável, para aí uns 40, coisa nunca vista. A equipa da casa simplesmente tinha andado aos papéis, facto ainda mais doloroso por se tratarem de rivais históricos. Já perto do final, a equpa da casa comete uma falta mesmo em frente dos postes. Os visitantes, podendo aproveitar uma conversão fácil, aumentar a diferença já enorme e esfregar um pouco mais de sal nas feridas dos rivais, optaram por jogar à mão, o que valeu o imediato aplauso da assistência.

Há menos anos, uma equipa de futebol foi perder 7-0 com o Celta de Vigo. Recordo-me de ver, após um dos últimos golos, um jogador espanhol a consolar o guarda-redes adversário (se não me engano, era o Enke).

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Aproximadamente na mesma altura, houve um jogo entre o Benfica e o Sporting que terminou com a vitória dos primeiros por 2-1. Um detalhe particular desse jogo é que os dois golos do Benfica foram auto-golos do mesmo jogador do Sporting. Passado algum tempo, penso que durante um estágio da selecção, o então presidente do Benfica foi visitar os jogadores e fez questão, segundo rezam as crónicas, de cumprimentar chocarreiramente esse jogador do Sporting como "o maior goleador do Benfica".

Que elegância de trato! Que verve! Muito gostava eu de saber o que há naquele clube para atrair gente deste calibre. Esta última tirada de Jorge Jesus - apenas mais uma a juntar ao rol, apenas mais uma - vem simplesmente fazer justiça à tradição de grunhice que se tornou apanágio naquelas bandas.

Estranhamente - ou talvez não! -, parece ser um fenómeno que afecta principalmente portugueses. Não me recordo de ver uma deselegância vinda de Camacho; Jupp Heynkes sempre foi correcto. Podia dar mais exemplos. Em contrapartida, um português que chegue àquele clube aparenta sentir uma tentação irreprimível de descambar na saloiice. Até alguém de quem eu tinha uma imagem de dignidade, como o Rui Costa, vem com constância batendo os seus recordes de arruaça.

Quero com isto dizer que nos é vedado gozar com as desgraças dos adversários? É claro que não - entre adeptos. Eu diverti-me imenso com os tais 7-0 e torturei os adeptos do Benfica durante anos. Também as humilhações recentes do Porto e Sporting me divertiriam, não fosse eu saber que isso deu satisfação aos benfiquistas - e, para mim, ver um adepto do Benfica minimamente satisfeito nunca é uma coisa boa. [A grande vantagem de eu não ter uma preferência clubística é ser livre para "picar" todos os adeptos.]

Mas isto somos nós entre nós, adeptos ou anti-adeptos, para quem seguir um clube não deveria ser um emprego e, muito menos, uma religião ou ideologia.

Agora, que um profissional faça piadas deste jaez sobre infortúnios de um adversário antes de este ter tido tempo para digerir e relativizar a ocorrência, é algo que deveria ser generalizadamente repudiado. Denota falta de carácter, falta de humildade, falta de desportivismo e mais algumas faltas. Mas, principalmente, aproveitar a humilhação de um adversário denota uma grande falta de cortesia profissional, pois um adversário não é um inimigo, é um colega de profissão cujo azar pode (e em desporto certamente será), num futuro, ser o nosso.

Enfim: a grandeza de alguém mede-se não apenas em como sabe perder mas também em como sabe ganhar.

ArmPauloFerreira disse...

Maravilhosa contribuição e totalmente de acordo. Nunca diria melhor. Parabéns por mais um excelente comentário e como tem sido norma de longe superior ao artigo. Uau!