terça-feira, 15 de janeiro de 2008

HD: os formatos não físicos serão a esperança (parte 2)


(Este post é a 2ª parte do artigo sobre a guerra dos formatos HD)

Estamos a viver um tempo tecnológico: internet, computadores, dispositivos móveis de som e video (iPods, iPhones, PSPs, telemóveis, PDAs, computadores portáteis generalizados em massa), máquinas de filmar, fotográficas, os equipamentos convergentes de todas estas características enumeradas, etc...
Para todos estes equipamentos é o conteúdo a estrela e não propriamente o aparelho que os mostra. O sucesso dos aparelhos passa pela elegancia e acesibilidade que nos permite ter acesso a eles. Quando me refiro a conteúdos, falo em filmes, videos caseiros, web-videos, músicas, fotos e outros dados.
Ter no futuro o conteúdo num único formato fisico acaba por não fazer sentido. Nessa perspectiva o Blu Ray ou o HD-DVD terão a vida ameaçada.

Se o formato for um ficheiro digital (não-fisico) e não um suporte fisico, o seu futuro estará assegurado.
Até os os equipamentos pouco mudariam (para os termos mais potentes ou com mais capacidades) mas o conteúdo video/som seria apreciado onde e quando o queremos.

O que teria de figurar daqui para a frente junto de um LCD/Plasma HD, é um equipamento armazenador/streaming que faça a leitura do conteúdo e que comunique com o computador de forma muito simples mas que nele esteja aquilo que queremos ver. Um equipamento como este poderia ser acrescentado facilmente ao arsenal que já está presente nas nossas salas, como as box que autorizam o acesso aos muitos canais de TV, o DVD (ou outro já implantado) e um opcional dedicado ao som (quando queremos surround 5.1).

Com um equipamento como esse só teríamos de escolher o que queremos disfrutar nesse momento.

É um filme? Seleccionamo-lo e passamos a vê-lo de imediato.
É música? Seleccionamo-la e ela passa a tocar com todas as informações de artista, faixa, album, etc.
Outros conteúdos que não estes como fotos e videos caseiros da mesma forma. E não esquecer o acesso aos tão populares web-videos (YouTube e similares) que também devem estar ao alcance de simples cliques.
Continuariamos a ter a opção de usar os equipamentos já existentes para apreciar os nossos habituais programas e filmes em formato fisico.

Neste cenário parece-me que uma empresa já destilou este principio do futuro e nos deu já o equipamento que totaliza tudo isso e mostrou como fazer com os conteúdos: a Apple mais uma vez!
A Apple em inicio de 2007, apresentou ao mundo o iPhone que faz a convergência de tudo isso para nos acompanhar fora de casa mas também apresentou um outro produto que satisfaz de forma plena todas as questões que enumerei para o uso dentro de casa: o AppleTV.Diz a recente história que o Apple TV terá sido um flop.
Para mim não o foi totalmente, pois se for analizado bem tudo o que permite um Apple TV, poderemos constatar que o aparelho torna realidade todos os principios necessários para o futuro pois o que faz é sincronizar os conteúdos do nosso computador via wireless e disponibiliza-los para o acesso na TV por navegação numa interface simples e intuitiva por via de um comando.
E a realidade não se traduz só ao Apple TV pois também existem outros dispositivos semelhantes e ainda discos duros com capacidades de acesso aos seu arquivo através de uma interface visual e todos eles de ligação à TV. Só não os acho é tão bem conseguidos...

O problema actualmente para esta realidade reside na falta de compatibilidade de formatos. O que no futuro se deveria resolver, era conseguir um standard que fosse aceite pela indústria como uma norma e sobre ele se passar a dispor os conteúdos que tanto apreciamos de forma a podermos ter acesso a eles da forma que mais entendemos, quer seja dentro ou fora de casa.
Na minha perspectiva, o que se deveria andar a debater era qual o formato não-fisico (ficheiro digital) a adoptar. Existem imensos: h.264, divx, matroska, mpeg, wmv, flv, etc...Penso que os mais bem posicionados, que reúnem características para o HD e os mais bem aceites em geral serão: o divx ou o h.264.

Penso que a indústria deveria andar a decidir qual destes formatos para distribuição pela internet deveria se tornar o standard.
Se reparamos bem, na música isso já foi acontecendo e acabamos por ter o MP3 como o formato musical de acesso universal.
Não é o mp3 o mais perfeito (existem muitos mais como o AAC, WMA, Ogg, etc) mas é o formato digital para a música que reuniu consenso da indústria.

Falta agora acontecer o mesmo ao video...

Não quero com isto dizer que se deveria matar à nascença o Blu Ray, o HD-DVD e até mesmo o DVD. Mas seria muito interessante se em cada edição em formato fisico, no seu interior estivesse um disco que disponibilizasse o mesmo assunto mas em h.264 por exemplo e apto para o transferirmos para o nosso computador, para de seguida o podermos enviar para os dispositivos como o telemóvel/iPhone, iPod, PSP, AppleTV (e dispositivos semelhantes), etc.

É o que eu acho e gostaria imenso de receber as vossas opiniões/comentários sobre este assunto e sobre o que entendem também. Digam coisas!

2 comentários:

Carlos Martins disse...

Isto vai tudo no "bom caminho", mas no fim o que vai ditar o sucesso ou insucesso, são os preços.

Para que tudo isto funcione, o pessoal tem que se sentir "bem servido" senao... continuará a haver pirataria em grande escala.

ArmPauloFerreira disse...

Esse é o outro lado de tudo o que é comércio... e este não escapa a isso. Mas gostei de ver uma outro e interessante ideia para os conteúdos HD em especial. E pessoalmente, ver que a minha linha de pensamento coincide com os princípios que a Apple quer trilhar.