O MacBook Air, já foi aqui abordado neste blog em dois artigos (o do lançamento e o de uma apreciação). Hoje vou aqui lançar alguns dados que já começam a circular por aí. As primeiras unidades já circulam na América e daí têm nascido as primeiras impressões dele no terreno.
Portanto sabemos que ele é muito mais fino e leve que o normal dos portáteis. Que tem um monitor de 13,3", um teclado completo retro-iluminado. Bla, bla, bla!
E que...
...é muito fino e leve (mas isso já tinha dito)...
portanto podemos compreender que é essa a sua principal característica!
O MacBook Air é um computador, que apreciando pelo nível socio-económico-cultural português e o desenvolvimento tecnológico do país (Portugal), pode-se já afirmar que o Air é mais um daqueles produtos que a Apple lançou antes do tempo pois não estará já o pessoal por cá habituado a pensar assim como obriga o Air.
Nessa situação, torna-se um computador difícil de compreender assim ao primeiro embate.
Este portátil tem uma nova filosofia e a abordagem ao Air tem sido feita por "aí" pelo que ele tem em falta, de menos ou pelo que ele custa. Não se pode comparar o Air com um normal portátil porque na realidade a sua maior característica é... ter reduzidas características!
Vamos aos detalhes
O MacBook Air não tem uma drive óptica para ler/gravar um banal DVD ou CD. Para se poder ler um disco óptico é necessário recorrer à ligação wireless e sincronizar com um Mac/PC que tenha lá a respectiva drive e apartir de um deles aceder sem fios ao disco óptico que por lá está. É essa a forma de poder usar um CD/DVD no Air: por via remota. Contudo por via remota não se pode: ouvir um CD de audio, ver um filme em DVD ou gravar música ou filme ou dados. Pode-se aceder remotamente para descarregar dados mas é só isso.
Existe ainda a possibilidade de ligar uma drive externa ao MacBook Air.
A Apple disponibiliza a Superdrive Air (com custo adicional) e esta, tal como o nome indica, destina-se unicamente ao... MacBook Air.
Este portátil tem uma única ligação USB2 mas é uma ligação especial, que contempla um outro tipo de potência energética. Esta porta USB2 tem energia suplementar para alimentar a Superdrive Air, para ela poder funcionar devidamente e permitir ler e gravar. Por outro lado a Superdrive Air não pode ser usada noutro qualquer Mac: é que a Superdrive Air não tem alimentação externa e as portas USB2 normais não transportam energia para a alimentar, logo não funcionará.
Um outro aspecto é o som. Este Air só tem uma coluna e "toca" som mono mas melhorado "à laia" do Mac Pro ou qualquer anterior PowerMac. Só tem uma coluna, por isso não contem, nem com muito som nas alturas e nem com ricos detalhes estereofónicos...
O MacBook Air, não tem ligação ethernet e também não tem firewire. A ligação ethernet ainda tem solução pois a Apple desenvolveu um adaptador especial que liga da única porta USB2 e transforma em ligação ethernet 10/100. Quem pensar em se ligar na empresa ou a modems ethernet, terá de desembolsar um pequena quantia para obter este adaptador.
Quanto ao firewire... não há solução! Não é mesmo possível usar firewire neste Air. Se estão a pensar usar um Air para video e fazer a importação e edição da reportagem em plena rua... não ter firewire e ter de recorrer ao USB... vai ser doloroso e pouco aconselhado.
O acto de o ligar a uma televisão por ficha de video (rca amarelo) é também uma nova abordagem no capitulo da ligação.
Ele liga-se a tudo não por mini-dvi a... mas sim por micro-dvi. É uma ficha ainda mais desconhecida e portanto é mais um opcional dedicado que terá de ser encomendado à marca. Para ligar a monitores externos por DVI ou VGA ele já trás com ele dentro da caixa os adaptadores específicos.
A performance do Air não deve ser surpresa a ninguém.
Tem um Intel Core 2 Duo 45nm (Santa Rosa), que foi feito especialmente em avanço para a a Apple o colocar no Air. A velocidade pode ser 1,6 Ghz ou 1,8 Ghz. Contudo, o disco duro interno é de 1,8" a 4200 rpm com espaço de armazenamento de 80 Gb (são iguais aos utilizados nos iPod Classic).
Portanto, um disco desta categoria conjugado com um Core 2 Duo a 1,6 dará uma performance em termos de velocidade lenta se compararmos com a actual gama de portáteis da Apple.
Segundo alguns testes já realizados ao MacBook Air, na versão base (1,6 Ghz/80Gb disco) estamos na presença do Mac com Intel mais lento que a Apple lançou recentemente. Está ao nível da segunda geração de Mac minis (finais de 2006). Nada de alarmes neste aspecto pois a concorrência PC tem lançado portáteis semelhantes aos principios do Air (mais pequenos e leves) que são ainda mais lentos. Se estão a pensar usar um Air para trabalhos de design e edição gráfica... não é dos mais potentes.
A Apple afirma que a bateria interna não tem a possibilidade de ser trocada. Mas pode ser... através da assistência autorizada Apple, que têm as chaves de parafusos especiais para lidar com as entranhas do Air. O que nos leva a pensar que rapidamente nascerá um negócio externa à rede Apple, tal como aconteceu com o iPod e portáteis da marca, pois reunidas as ferramentas indicadas, um pouco de jeito e baterias de terceiros iguais á do Air (muito especial pode se já dizer pois é muito fina e larga) mas talvez até com capacidades maiores. Neste aspecto não há nada a temer...
Já a ligação de ficha magnética para o carregar ou alimentar á corrente é nova. Mas nele pode ser usada a mesma ficha dos MacBook/MacBook Pro. O inverso é que não dá, pois a do Air não tem bem as mesmas características suficientes para um MacBook pro/MacBook.
O que eu entendo...
Portanto, com este ultra-portátil da Apple, o sentido é ter um Mac que aceda á net, que seja capaz de resolver o básico e tudo isso em plena rua mas que... seja uma ajuda a quem o transporta diariamente.
É que sendo mais leve já não pesa tanto nos ombros e ao fim de muitos dias eles agradecem. Ser fino torna-o algo muito apetecível pois pode ser colocado dentro de qualquer pasta e passar "quase" despercebido no meios dos dossiers e folhas A4.
Isto leva-nos a perguntar a quem serve um portátil que tem este preço, estas "características" (a principal de todas é a falta delas) e que tem por principio se conectar para tudo por wireless?
Imagino gente que ande muito tempo fora como empresários e gente das salas de reuniões, vendedores, técnicos de contas, um ou outro publicitário, todo o pessoal reporter, jornalistas, médicos, e muitos outros, etc, etc. Dá para notar que avaliei gente que vive num extracto social mais para cima mas também pode ser para aqueles que se preocupam em mostrar um certo estatuto social, os amantes dos gadgets exclusivos, etc.
Também se destina a todos aqueles que farão de um Air como a sua segunda máquina pelo que aí é obvio que ter menos características não fará qualquer diferença desde que seja consideravelmente leve e ocupe pouco para carregar no dia a dia. Quando chegam a casa regressam ao seu iMac ou outro bem equipado mac que já tenham.
Eu acho que o MacBook Air é um produto muito interessante e fará muitos adeptos. No entanto acho que a Apple poderia ter aliciado ainda mais se tivesse feito algumas melhorias ao "pack". Eu acho que é uma má jogada da Apple o MacBook Air ser vendido de base sem a Superdrive Air e sem o adaptador de ethernet.
Na minha opinião deveria a caixa do Air ter esses dois elementos no seu interior e continuar com o mesmo preço em vigor ou então ter a opção de reduzir esses opcionais (que seriam standard) ao fazer a escolha no acto de compra, que o tornariam ainda mais em conta.
Dessa forma aliciaria imensa gente. Quem tem já um bom Mac mas que quer um portátil se calhar nem se importaria de optar pelo Air de imediato.
Assim, com este esquema de 1700 euro e ter de acrescentar vários opcionais... torna-o proibitivo para muitos.
Digam também aquilo que acham do MacBook Air. Comentem e principalmente se discordarem.
4 comentários:
É uma gadget. É óptimo para viajantes e para marcar estatuto, bem como peça de "decoração".
Eu quero um, mas não preciso de um.
Li o artigo e gostei muito, gostaria de o publicar no appletuga com os devidos méritos.
Contacta-me pelo: roubatudoquantopoderes@hotmail.com
Este portátil é mais uma tentativa, que por certo terá resultados, da Apple de mudar o mundo tecnológico com conceitos inovadores. O que Jobs e a sua equipa sugerem é o que nós todos queremos realmente. Ou o que não queremos, fios atrás de fios. Não se admirem se daqui a uns tempos o MacBook Air venha com um componente embutido que consiga carregar a bateria wireless. Quando os electrões conseguirem viajar no ar!
Carregar por Wireless!? Hummm, quem sabe...
Até que soa bem a ideia.
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