terça-feira, 24 de maio de 2011

Cine-critica: Shortbus (2006) + video da canção: In The End... (+ duas criticas extra)

Shortbus
(2006)
Realizador: John Cameron Mitchell
Com: Sook-Yin Lee, Peter Stickles, PJ DeBoy, Paul Dawson...




Desta vez dedico umas palavras a este filme "Shortbus", que se pode considerar uma hipotética "comédia-dramática-romântica" LBGT explícita (sem contudo ser porno), que nos apresenta a odisseia de uma mulher -que nunca atingiu um orgasmo- por um mundo onde as pessoas a tentam libertar. E é sobre essas pessoas que vão surgindo na sua vida, que a conduzem ao clube "Shortbus", onde outras pessoas à margem da sociedade, devido à orientação, se nos é apresentado tudo isto, para mim, fascinantemente. Digamos que depois de ultrapassado o choque do desfile das "leviandades", o filme se revela com um argumento interessante e desenvolvimento irrepreensível.
Não é para todos... mas achei-o um espantoso filme!



Indicado a quem não se incomoda com as temáticas sexuais fora do "certinho"...
Merece ser visto com espirito de abertura e compreensão, pois dessa forma se obterá deste filme um enorme arrebatamento.





Por fim, destaco a impressionante cena musical de Shortbus, onde se canta o seguinte (que traduzi):

"E ao ter inicio
O teu último fôlego

Descobres que os teus demónios
São os teus melhores amigos

E todos o acabamos percebendo,
No fim..."

(Aviso: pode conter cenas que possam ferir a sensibilidade dos leitores - inapropriado aos menores de idade)



Adenda (Jun'11): Tal como muito bem disse uma das personagens de "Shortbus": "Now I just wanna leave the room with a little dignity."

O que dizem alguns criticos sobre "shortbus":

Jorge Mourinha, do Ipsilon (Público)
"O sexo não é o essencial em "Shortbus": é uma parte como outra qualquer da nossa vida, usada como ferramenta para contar a história de gente em busca de si mesma e do seu cantinho no mundo.
Poder-se-á dizer, com alguma razão, que John Cameron Mitchell não é o realizador mais inspirado do mundo. Mas também não precisa de o ser, porque esta história não depende de truques de câmara ou estilismos - basta que haja espontaneidade, que estas personagens respirem, que a emoção passe para o espectador. É isso que ele consegue: que reconheçamos esta gente como igual a nós, com os nossos problemas quotidianos que também se reflectem no sexo."
(…)
"Por paradoxal que pareça, este é um filme contagiante e celebratório sobre a redescoberta da inocência que existe dentro de cada um de nós, daquilo que nos faz realmente mover. E que, como já devem ter percebido, não é o sexo."


Roger Ebert, Chicago Sun-Times
"John Cameron Mitchell's enchanting "Shortbus," the most unexpectedly honest and moving American feature film about 9/11 yet. And by far the funniest."
(...)
"Shortbus" is full of wounded, fractured people trying to shove themselves back together. Just as the genitally stunted Hedwig personified sex as the Great Divide, the new Berlin Wall that was also a bridge ("Without me right in the middle, babe, you would be nothing at all"), the characters in "Shortbus" focus on sex as a way of getting through to each other, and getting in touch with themselves."
(...)
"Mitchell, who appears only for a flash in an orgy scene, developed the stories and characters (in a process that sounds akin to Mike Leigh's methodology) with the help of his cast, who were chosen for their willingness to open up and engage in on-camera sex of every stripe. That they do. But when was the last time sex in a movie actually made you (intentionally) laugh out loud?"
(...)
"Like its utopian fantasy miniature, "Shortbus" is a sweet, tender, playful pleasure -- so much so that, when an old man who identifies himself as the former mayor says that New York is where people come seeking forgiveness, you actually believe him, even though the words "New York" and "forgiveness" have probably never been uttered in the same sentence before."

Thank's guys!

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