O jornal Público de hoje resume bem o dia de hoje:
José Mourinho volta a conquistar a Liga dos Campeões (as equipas azuis são as melhores com ele).
Merece e estive a torcer pelo Inter. É curioso notar que Van Gaal disse defender o futebol de ataque e ainda o acusou de jogar à defesa... mas foi a equipa de Mourinho quem marcou os 2 golos do jogo. Tecnicamente e tácticamente, a campanha do Inter na Liga dos Campeões foi perfeita e todo este sucesso, que não havia sido ainda alcançado nos últimos 45 anos (na altura sobre o SLBenfica), acaba por o conseguir sobre os comandos de Mourinho. Onde passa é sucesso e ganha títulos. É o melhor treinador do mundo, sem dúvida.
Ao mesmo tempo o jornal lembra com esta capa que hoje é o dia do fim de Lost.
Ora bem, é durante a madrugada de Domingo para Segunda...
Mais algumas publicações que coroaram o Special One.
5 comentários:
Há pouco, estive a fazer uns cálculos rápidos. Nos oito anos que passou em clubes de topo, Mourinho ganhou seis títulos nacionais, duas Ligas dos Campeões e uma Taça Uefa. É um palmarés que impõe respeito.
Agora, se ele quer um desafio a sério, acho que devia treinar duas equipas em simultâneo de campeonatos distintos. Assim, podia alcançar algo mesmo inédito: ser, numa só temporada, campeão nacional em dois países, ganhar a Liga dos Campeões e a Taça Uefa.
Já agora, um outro detalhe que vi algures e coloca o ocorrido em perspectiva. Na caminhada para a vitória final, o Inter venceu os campeões de quatro(!) países: Chelsea de Inglaterra, CSKA(?) da Rússia(?), Barcelona de Espanha e Bayern da Alemanha. Isto não foi obra da sorte.
O Mourinho é realmente o maior. E merece todo o sucesso por ser tão competente e trabalhador.
Quanto ao comentário do João Sousa .. ele é bom, mas não é assim tão bom :)
Sim dois campeonatos em simultâneo era um desafio excessivo para o Mourinho. Mas com bons adjuntos e a TV até acredito que conseguiria.
De certa forma O Mourinho, neste final de época no Inter já estava em comando de dois clubes, ao estar a preparar a final e andar já com a cabeça em Espanha, a tratar dos seus mind-games, a lançar ultimatos ao Real Madrid, a falar nos jornais ao madrilenos, etc.
Ele parecia que estava em dois clubes já.
Uma coisa é certa, para a próxima época vou seguir com mais atenção o Real Madrid. O Mourinho é o maior galáctico que alguma vez o clube poderia ter. Só ele consegue estar acima dos jogadores vedetas.
É o maior!
Bruno: não sei se será assim um desafio. Não te recordas de, ainda ele estava no Chelsea, ir jogar a Barcelona e na conferência de imprensa dizer aos jornalistas: querem saber qual a minha equipa, vai ser esta; e querem que vos diga a equipa que o Barcelona vai pôr a jogar, vai ser esta. E acertou sem falhar um.
Arm: o que disseste, de só Mourinho conseguir estar acima da vedetas, tem sido bastante importante e é um detalhe que passa ao lado da maior parte das pessoas.
Provavelmente, essa é a forma de alguém conseguir controlar com consistência uma equipa de vedetas como é o Real Madrid. Mourinho é uma estrela com notoriedade semelhante e isso coloca-o de imediato numa posição de superioridade. Ainda ontem, numa conversa, aventei esta minha teoria: se o Mourinho não conseguir colocar aquela equipa a jogar como equipa, muito poucos o conseguirão e mais vale o clube assumir-se como uma fábrica de dinheiro não pelos resultados mas pelo mediatismo e em que um título surgirá mais como acaso do que como hábito.
Até certo ponto, faz-me recordar o que os patrões da Ferrari disseram quando contrataram o Schumacher: se não conseguirmos ganhar agora, é porque realmente não o merecemos.
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Mais dois ou três pontos sobre Mourinho.
O amante da bola presta mais atenção aos malabarismos dos jogadores e não costuma reparar nos detalhes exteriores ao jogo. Mourinho tem o dom de, assumindo a posição de liderança com a visibilidade habitual, afasta parte da pressão dos jogadores. É por isso que, quando o Inter perdia, não era o Eto'o que perdia, ou o Milito que perdia - era o Mourinho. E isso, parecendo que não, liberta muito quem joga.
Por exemplo, quando ainda estava no Porto e veio jogar ao estádio da Luz, Mourinho entrou no campo sozinho e vários minutos antes dos jogadores. O que pretendeu ele fazer com isto? Desde logo, ao ser ele quem levou com a monumental assobiadela, permitiu que os apoiantes da casa descarregassem o fel em cima dele. Quando os jogadores do Porto subiram ao relvado, a recepção foi comparativamente fraca. De novo, tomando sobre si parte significativa da pressão, libertou o resto da equipa.
E Mourinho viceja com isso. Acho que quanto mais o odeiam, mais satisfeito ele se sente e mais acredita estar a cumprir a sua tarefa.
Outro ponto: o controlo que Mourinho consegue ter sobre a maioria dos jogadores. Tiremos Quaresma da equação - provavelmente, controlá-lo é missão impossível. Mas reparemos no Eto'o. Guardiola dispensa-o porque afirma não conseguir controlar o seu ego desmesurável. Mourinho não só lhe domestica o ego, como força-o a jogar repetidas vezes quase como defesa - e Eto'o fá-lo como se nunca tivesse feito outra coisa na vida. E isto não é para qualquer um, caramba.
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Portanto, sim, o próximo ano vai ser interessante. Será que vou ver o Ronaldo a jogar a defesa central?
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