quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Series TV: Heroes [2006-2010]

"Heroes"
(NBC - 2006 a 2010 - série criada por Tim Kring)


Heroes começou com uma 1ª temporada perfeita, que usava artifícios narrativos originais e importantes para a contar. Era uma série que apresentava pessoas normalissimas que se viam a despoletar com habilidades sobre-humanas, uma espécie de X-Men mas sem o aspecto superheróis. Eram humanos com super-poderes extraordinários, imensamente interessantes na forma como lidavam com a descoberta dos poderes, como os dominavam, o que faziam com os poderes e o que mudava ou não com eles, etc.
A temporada foi tão boa que na altura a seguia com mais interesse que a "Lost", e isto já diz muito sobre a alta qualidade que a série exibia.


A segunda temporada foi demasiado fraca por engonhar excessivamente (culpa da fase da greve dos argumentistas que na altura, prejudicou imensas séries) e agravou-se por o Hiro, começar a sua jornada patética e o oposto do que era na 1ª temporada, principalmente dos vislumbres dele do futuro (quando Hiro aparece no autocarro ao Peter e lhe revela "save the cheerleader, save the world"... foi o máximo!).

A 3ª temporada foi interessante quando mudou de volume e começou a apresentar as origens dos antecessores familiares e a dar algumas respostas. Contudo, acabou por ser inconclusiva e a meramente dar voltas e voltas.
A 4ª temporada (e última) teve um vilão espantoso e toda a cena carnivale era muito boa em conceito mas já veio tarde e novamente se viu tudo a ser arrastado, até ao limite da paciência.


Na minha maneira de ver, todas as temporadas depois da 1ª funcionaram em loop. Normalmente iam ter ao mesmo ponto narrativo, que entre imensas conspirações e planos ardilosos, era fundamentalmente revelarem ao mundo a existência destes super-humanos e normalmente se viam impedidos de alguma forma por alguém/corporação. No fundo, repetiam-se na essência perante o que a 1ª temporada já havia dado. Contudo, era para mim mesmo assim muito atractiva de ver... até porque mantinha a esperança de que voltaria a ser espectacular (e foi a espaços o sendo).


Peter e Sylar, fizeram valer toda a série em todas as temporadas (especialmente o Sylar). Ambos eram polos antagónicos e tinham poderes de igual forma, pois com as devidas diferenças, ambos absorviam habilidades de outros super-humanos... mas como o faziam e usavam é que os separava.

A cheerleader Claire era (e foi) adorável (e vistosa) e tinha uma boa personagem com a habilidade única de se reabilitar fisicamente (que curiosamente, começou e terminou da mesma forma o seu arco narrativo) e que até era fulcral com uma premissa simples "Save the cheerleader, save the world".


A personagem que mais me intrigava (e admirava) era a de Ali Larter na 1ª temporada, que tinha uma disfunção de identidade Nicky/Jessica (uma muito elaborada super multi-personalidade, que se evidenciava ao espelho) e que foi pena não terem continuado sempre a evoluírem com a personagem (ou pelo menos terem feito um twist para remeter que era a mesma e não o factor gémeas e outras artimanhas). Não esqueço ainda a personagem da criança Micah (filho de Nicky), que tinha o interessante dom de interagir cibernéticamente.

Por fim, Hiro, que na 1ª temporada era o mais entusiasmante e divertido... mas as temporadas seguintes nunca mais o encontraram e desbarataram-no em enredos de total patetice desinteressante.
 Hiro, presente e a versão de um futuro...

Acabou por não passar de um desfile de boas ideias e conceitos mas que no todo não se aguentava continuadamente porque houve grandiloquência em exagero e sem boa concretização narrativamente, depois de uma tão marcante 1ª temporada que nas seguintes nunca mais conseguiram repetir o mesmo nivel de interesse e relevancia. A série teve o cancelamento merecido pois até a deixaram durar bastante tempo...


(este artigo é uma recuperação de um antigo rascunho, entre os muitos, desta vez editado e melhorado nalgumas frases e... finalmente publicado)

4 comentários:

Bruno Cunha disse...

É pena que Heroes tenha acabado como acabou. Tinha potencial para muito mais!

Abraço
Frank and Hall's Stuff

ArmPauloFerreira disse...

Podes crer!
O problema é que as séries assim deveriam ter uma arco narrativo pre-definido e também as temporadas necessárias para contar essa história. A primeira teve... as seguintes é que foi acrescentar mais coisas até à exaustão...

Anónimo disse...

A série prometia muito na primeira temporada, mas infelizmente as restantes temporadas não corresponderam às expectativas.

Acaba por ser de lamentar, visto ter sido das séries que mais potencial tinha para explorar enquanto esteve em exibição, mas os guionistas parecem ter feito todos os possíveis para estragar todas as boas ideias que iam lançando.

Cumprimentos.

ArmPauloFerreira disse...

Acho o grande problema da série foi ter temporadas de imensos episodios. A primeira foi melhor porque teve menos e o arco narrativo foi mais conciso. Ao duplicarem cada temporada, as ideias principais arrastavam-se para depois serem resolvidas em poucos episódios no fim.
Mesmo assim tive sempre esperança que reabilitasse e a espaços era interessante o suficiente... mas andava sempre á voltas e não alteravam o rumo decadente.

Obrigado pela participação Aníbal