Miles Davies
"Milestones"
[de "Milestones" 1958]
Este verão colmatei uma falha na minha discoteca pessoal. Sempre ouvi falar bem do "Milestones" do Miles Davies (o título do álbum é curioso por remeter ao nome dele) mas não tinha (admito que até encolhia os ombros... who cares!?).
Por acaso até que correu bem demais pois o "Milestones" que estava em promoção na FNAC (a 5€ -foi por isso- na compra de dois discos da mesma promoção) não só saiu barato como se apresentava como bónus, como triplo álbum (mas em dois CD's). Ou seja, além do mítico "Milestones" (1958), contém ainda os "The Musing Of Miles" + "Blue Moods (Milestones)" de 1955 (ambos no mesmo CD). Quase duas horas de bom jazz instrumental!
Que grande alegria, ah pois! Foi como dar 3 sem tirar fora...
Só foi pena é a edição não respeitar a capa original (tal como na imagem deste post) e terem inventado com a triste gracinha de se servirem da capa de outro disco deste artista (o que até se torna confuso). Pfff... estas editoras, daasse!
Tenho-o degustado nas minhas calmas, de longe a longe, sendo que muitas das vezes até é a banda-sonora de quando estou aqui no blog a escrever algum artigo como este. Por vezes os temas (nenhum é cantado - são instrumentais) passam em background sem os identificar e na verdade isso ainda não ajudou a que aponte grandes destaques com uma maior especificidade de detalhe. Mas há sim alguns temas que merecem ser destacados, mesmo o todo sendo em si muito coeso, sobressai "A Night In Tunisia" (do "The Musing...), "Billy Boy", "Straight, No Chaser" e sobretudo a maravilha que é a "Milestones".
Adoro mesmo esta faixa "Milestones", tem um espirito enebriante e atrevido, com a banda de Miles Davies a tocar tipo que em surdina mas sempre a dar-lhe e balançando perante o sobe e desce do trompete de Davies mas nunca sem ceder o clima dos instrumentos. O jogo do baixo e da bateria em regime low-profile é admirável e tornam os quase 6 min num ápice de escuta de grande prazer.
Já agora a título de curiosidade, o Nicola Conte no seu álbum "Other Directions" (rever a minha critica), tem uma faixa que é idêntica à "Milestones". Refiro-me à "Impulso" que não só tem a mesma estrutura e ritmo como tem as mesmas notas principais de trompete. Imagino que o Nicola Conte quis homenagear o Miles Davies ao recriar algo que é uma variante do mestre. Curiosidades...
Termino com a tão referida faixa para ouvirem a pinta que emana duma criação com mais de 50 anos.
Sim, foi dum verdadeiro clássico do jazz que tentei falar mas já viram bem que não me safei. Estou convencido que não...
"Milestones"
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