Quantas vezes sorris sem que te dêm retorno à simpatia?

O novo artigo do blogue "Eterno Silêncio" faz uma reflexão numa situação que por vezes não quantificamos ou não atribuimos um real valor. É uma situação que muitos de nós passamos todos os dias.

Para não me alongar mais neste suspense sobre ao que me estou a referir, vou passar aqui um excerto do lindo e tocante artigo "saudades de sorrir" que a Sibila publicou no seu blog:

"(...) Quantas vezes sorris sem que te dêm retorno à simpatia? Quantas? Quantas vezes tentamos trazer, mais que não seja, apenas um pouco de luminosidade aos rostos de quem nos vê? Mesmo que não os conheçamos, sorrimos feitos bonecos, na esperança que aquele momento de cúmplicidade ingénua tenha sido aproveitado. E sorrimos, por tudo, por nada. Sorrimos uma vez mais. Mas para quê? Só te retribuirão caso tenhas algo em troca para oferecer. Sinto falta de gente assim, como eu. Gente que sorri à recepcionista do hotel, ao senhor do talho, à contínua do pavilhão, ao motorista do autocarro, como se estes realmente nos fossem importantes. Olhar cada um nos olhos. (...)"

Podem consultar o artigo completo lá no blogue dela mas o essencial que me fez reflectir está presente neste excerto.

Sem dúvida que um sorriso, o ser positivo, pensar também nos outros para além de nós mesmos, o querer ajudar é algo que um dia sentiremos ser recompensador. Neste caso é referido o poder do sorriso, da sua emanação e o que pode fazer por cada um.  Curiosamente, identifiquei-me nas palavras da Susana (aka Sibila), pois tenho inconscientemente o gesto de querer sempre cumprimentar as pessoas. Todas!

Poderá ser educação mas não será só... devo de ter a procura constante por sentir ser aceite pelas pessoas que me rodeiam, com que me cruzo ou com quem nunca mais verei para além do momento em que nos cumprimentamos... com um sorriso, um gesto, um acenar leve com a cabeça.

Isso levou-me a pensar num outro aspecto desta situação e que tenho notado. As pessoas por vezes são muito selectivas para quem querem cumprimentar. É como se escolhessem quem entendem que merece pelo aspecto, condição ou situação.

Já repararam que se entrarem num estabelecimento, a pessoa que lá está para atender é muito simpática para o desconhecido e que de imediato o cumprimenta. Mas se se cruzarem com a mesma pessoa noutro local, já não vos cumprimenta ou esboça qualquer gesto? Humm...

E os idosos? Se repararem, imensa gente principalmente a juventude, quando passa por um idoso tem tendência a nem sequer darem a entender que os viram. Eu faço sempre por não ser assim. Ás vezes é a pessoa idosa quem reparo que melhor sabe retribuir um sorriso ou um cumprimento. Por vezes ainda acrescentam inesperadamente, algo mais que me dá imensa satisfação, quando retribuem com: "Boa tarde, menino!" ou um "Olá, olá!!! Que Deus o acompanhe."

Dito isto fico agora a pensar... Será que quando for um senhor idoso (se lá chegar), também serei saudado por todagente?

Receberei o sorriso de uma criança?

Será que alguém se importará comigo?