quinta-feira, 5 de março de 2009

A sincronização do iTunes... ao iPhone e iPods (parte 1)

Um dos problemas que muita malta nova se debate quando chega ao mundo iPod/iPhone/AppleTV é:
A lógica da sincronização com o iTunes.
Para quê e porquê?

Para muita malta, ao ver tantos gigas de armazenamento, o desejo é pegar no iPod/iPhone e ir ligar em alguns computadores que tenham á disposição (próprios ou de conhecidos) e com isso meter mais músicas lá para dentro indiscriminadamente apartir de outras aplicações iTunes.

Lembrem-se sempre que o iPhone/iPod, lá por ter enormes espaços de armazenamento, não é o mesmo que uma pen disk...
No entanto, com umas certas regras e procedimentos efectuados de ante-mão, isso pode ser até possível num regime controlado com alguns iTunes.

E se desistir do uso da sincronização pode-se sempre optar pelo processo manual, que é bem mais... sui generis e acab por lhe retirar o grande potencial oculto que existe na sincronização.

A verdade é que, o espirito do iTunes e dos seus dispositivos Apple, os que se ligam à aplicação, funciona em regime de extender os conteúdos do iTunes para os dispositivos. Isto funciona sempre em sentido único: do iTunes para os dispositivos e não ao contrário. É por isso que o iPod nunca teve a função de apagar conteúdos por exemplo...
O regime iTunes é sincronizar e em minha opinião, é uma das maiores valias do iPhone. Liga-se o cabo e instantes depois fica sincronizado. Simples e apenas isto!

O espirito é sincronizar o dispositivo como uma extensão de uma library iTunes e para isso faz sentido que seja sempre apartir da mesma. Pode-se ligar ao mesmo iTunes mais que um dispositivo (vários iPods, iPhone ou AppleTV). Os dispositivos são vistos como pertencentes a essa só conta e ficam aptos a sincronizar.
Portanto, ao se querer ligar a mais que um iTunes diferente está-se a dar um uso oposto do objectivo estabelecido.


O que é que a sincronia do iTunes faz perante os conteúdos do iTunes além de lá colocar no dispositivo os conteúdos?

Marca toda a actividade que esses conteúdos de uma library iTunes tiveram!

Isso inclui quando tocou (e onde tocou quer no computador ou no dispositivo), as vezes que tocou, as ratings, as vezes que foi rejeitada (quando se avança a faixa), os podcasts que foram vistos, os que ficaram por completar (até marca o ponto da paragem para voltar a ver/escutar a apartir desse ponto), actualiza a contagem de vezes que esse conteúdo foi usado, verifica a cover art e todas as informações desse conteúdo, etc.

Depois a isso tudo relativo só ao iTunes, ainda sincroniza, opcionalmente, outros dados externos como os contactos da agenda, as fotografias incluídas no dispositivo, as contas de e-mail, as aplicações, os videos fora do iTunes, faz o backup ao iPhone (caso algo corra mal com o dispositivo -assim é possivel regressar ao estado da última sincronização), etc.
Mas para isto funcionar sempre bem, só tem lógica sincronizar SEMPRE NO MESMO iTUNES do Mac/PC.

Não faz NENHUM SENTIDO querer usar um só dispositivo a sincronizar tudo em vários iTunes: nesse momento ele não sabe o que tem de sincronizar porque os dados deixam de corresponder (além do dispositivo detectar a diferença da ligação e se proteger). Esta situação quebra a lógica da sincronização e deixa de o dispositivo ser uma extensão dum estipulado iTunes.

Por exemplo: eu vejo o meu iPhone como a extensão móvel do meu iMac. Se fosse sincronizar a outro lado ele deixaria de ser essa extensão do "meu" para passar a ser de "outro". Este tem sido o ponto que desagrada a muita malta...
Nessa lógica de troca de ligações ao iTunes, a acção do dispositivo é esvaziar os dados da sua library para dar vez a outra. É por isso que acontece perder-se os conteúdos todos que lá estavam presentes quando se liga o iPhone/iPod noutro computador e a outro iTunes.

Vendo bem, é uma forma de proteger os MEUS conteúdos e não fazer com que eles vão parar a outros locais.
É essa, uma das razões que as editoras dão a mão á Apple pelos iPods e pela iTunes Store desde sempre, por verem que o ciclo se encontra protegido nas várias fases de uso e com isso fornecerem os conteúdos delas para a iTunes Store, mesmo que agora não se envolva o DRM nesses conteúdos.


Contornar alguns impedimentos da sincronização... e uma dica!

Sincronizar em vários iTunes é na realidade possível mas para isso o iPhone tem de ficar sempre refém dos mesmos vários iTunes.
Vamos perceber como...

A forma de ter o iPhone a sincronizar em vários computadores é mais elaborada e a Apple até deu uma diferente flexibilidade. O iPhone sincroniza por blocos de dados e é por aí que a Apple deu essa flexibilidade, 4 blocos distintos:
- Infos (contactos, calendários, contas de e-mail, bookmarks do Safari);
- Musica e Video (aqui claramente indica que têm de ser feitos do mesmo iTunes)
- Fotografias
- Podcasts
Assim existe sempre a possibilidade de sincronizar os dados importantes de cariz mais profissional na máquina de trabalho, optando por apenas sincronizar desse iTunes apenas o bloco dos "Infos". Depois o restante material com mais cariz de entretenimento (música, videos, podcasts, fotografias) por aquele outro Mac/PC que temos lá em casa onde se destinou ter lá todos estes conteúdos armazenados. Isto é dar um pouco de complexidade mas sempre permite sincronizar em várias máquinas e ligar a vários iTunes. E com isso o principio da sincronização Apple mantém-se correcto na mesma.

Dica: Se o objectivo for apenas querer meter umas músicas no iPhone de última hora... não há muito a fazer nesta situação. Pode se sim é criar no iTunes uma playlist destinada a este fim e tê-la sempre associada na sincronização. Este é o truque que sempre usei desde que usava o iPod nano 1st gen.
Basta simplesmente criar uma playlist, por exemplo com o nome "+Destaques" e sempre que tenhamos uma faixa, álbum ou video que nos interesse no momento, arrastamos os conteúdos do iTunes para lá.
Ora esta técnica pode funcionar muito bem para uma faixa que se tenha acabado de descarregar, ou para músicas novas, etc, e se queira ter no dispositivo sem falta. Adiciona-se os ficheiros mp3 (ou outros) ao iTunes e depois a apartir da Library arrastar para a tal playlist o que acabamos de importar. Quando sincronizar o dispositivo, fica garantido que esses ficheiros estarão presentes no dispositivo. Simples!


O modo de disco externo...

O iPhone, que é um iPod mas a funcionar sobre esteróides, tem uma particularidade que o distingue da gama iPod: ele até nem sequer permite o modo de disco.
Os iPods permitem o modo de disco e com isso servir para armazenar outros ficheiros manualmente ao depositar qualquer ficheiro para o espaço restante como se fosse um disco externo.



Eu penso que a razão de não deixar o iPhone fazer isso, se prende com o intuito de o proteger de ligações fisicas a vários computadores.
No entanto, existem aplicações na AppStore que refazem esta característica ao permitir que o iPhone também sirva de disco de armazenamento. São mais elaboradas que uma simples ligação por USB, normalmente envolvem o acesso aos ficheiros por Wi-Fi mas funcionam muito bem.

Eu uso até uma muito jeitosa para este feito, pois a inicio tinha receio de não poder contar com o iPhone 3G para arrastar comigo ficheiros aleatórios que entendesse (JPEGs e PDFs principalmente), mas a realidade é que com o tempo não tenho dado grande uso ao modo disco, talvez porque com o excelente acesso á net do iPhone se podem verificar os ficheiros alojados numa qualquer "cloud" que possuamos.

Ahh... a referida aplicação é a FileMagnet
Existem muitas mais, melhores ou piores, mas esta é que já tinha e funciona, logo já me chega bem.



Mas mesmo assim, acho que o método poderia ser melhorado... ou então ter uma outra abordagem.
(continue para a segunda parte)

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