quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cinedupla: City of Ember + Knowing

Por vezes encontramos filmes onde a ameaça do fim do mundo é eminente. Desta vez a sessão dupla anda ás voltas com essa ameaça...


City of Ember - Cidade das Sombras

Este é um filme onde a premissa dele parte já de um ponto onde o mundo á superfície teve já o seu fim e encontramos gente que sobreviveu no subsolo. É um filme onde a esperança da humanidade e de dias melhores estariam adiadas para quando a natureza conseguisse retomar o seu rumo e assim estes conseguirem regressar á superfície.
A ideia do Homem era estar décadas nessa condição e assim a "Cidade das Sombras" foi erguida. Vivem todos muito organizados e cada um tem uma tarefa especifica para toda a vida. A iluminação é artificial e toda a energia da cidade depende de um enorme gerador... até que este um dia começa a falhar.
Este filme é quase um fábula da descoberta. Os habitantes jovens cumprem aqui um importante papel pois será do seu inquieto questionar do estado das coisas que despoletarão um grande aventura que desafiará a ordem da cidade.

É um filme que funciona muito bem apesar de deixar um sabor de insuficiente, como se algo mais devesse ter acontecido ou outro rumo o filme devesse ter seguido. Tem alguns actores de grande categoria mas muito desaproveitados, como: Tim Robbins, Bill Murray e Martin Landau. O ambiente visual e toda a produção faz lembrar o "Delicatessen" embora não passe de um simpático filme em toada juvenil.
É jeitoso e tem alguns pontos bem interessantes, um interrogador final aberto mas mesmo assim não é nada de mais... Vê-se bem.



Knowing - Sinais do Futuro


Ora aqui está um filme muito intrigante, num misto de sci-fi envolto num interessante mistério, devido a uma descoberta matemática que uma criança deixou num projecto escolar. Esse projecto envolvia em colocar no que chamariam de cápsula do tempo, desenhos, poemas, etc, para que mais tarde, 50 anos depois, servisse de testemunho dos alunos da escola para as outras gerações. Na nossa actualidade, uma das crianças recebe muito desanimada o "testemunho do tempo" que lhe calhou porque que lá encontra é somente matemática e números. Aparentemente é só isso mas...

O pai da criança, a personagem interpretada por Nicholas Cage, cedo se apercebe de que aqueles números significam mais do que parece e descobre que no documento estão descritos, matematicamente, todos os mais graves acidentes que aconteceram à humanidade, os que ainda acontecerão e inclusive o fim do mundo.

Alex Proyas, o mesmo realizador de "I, Robot" (com Will Smith) e o já mais antiguito "Dark City" (um muita bom filme), oferece-nos um filme interessantissimo e carregado de grandes momentos visuais, nomeadamente realísticos desastres (o do avião a cair e o metro que se descarrila são impressionantes) e carrega o filme de uma aura de mistérios e misticismo assinaláveis. Há ainda uns misteriosos seres que observam que só ajudam ainda mais a carregar no tom misterioso do filme.
Mas o facto mais interessante é constatar que se passa da ameaça de um final do mundo para algo irreversível. Não pode ser evitado e sucede mesmo o fim de tudo o que conhecemos. Normalmente neste género de filmes há sempre alguém quem que engenhosamente o consegue evitar mas aqui, para nosso espanto não há mesmo hipóteses. Vemos o fim de tudo mas contudo somos ainda brindados com uma cena final metafísica que eleva ainda mais este filme a outro nível. Digamos que o fim depois do fim que assistimos, deixa-nos a pensar.

É um filme de ambiente sci-fi misterioso, a lidar com o nosso futuro (e fim) envolvido em crenças religiosas e místicas. Tem o mérito de ainda no deixar a questionar.
Potente e impressionante!

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